O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, divulgou, esta sexta-feira, a "versão oficial" do plano de comunicação para a conferência de imprensa do Conselho de Ministros, ironizando o facto de ter revelado, alegadamente sem querer, o plano de gestão de crise do Governo no debate da moção de censura, na quarta-feira.
"O meu plano de comunicação para hoje (conferência de imprensa do Conselho de Ministros). Versão oficial", escreveu na rede social X.
No rascunho, o ministro apontou onze temas centrais, que passam da "Saúde" ao "alargamento da proteção temporária a ucranianos".
Na conferência de imprensa, o ministro da Presidência divulgou que o Governo aprovou, entre várias medidas, o lançamento do processo de parcerias público-privadas (PPP).
o meu Plano de comunicação para hoje (conferência imprensa do Conselho de Ministros).
— António Leitão Amaro (@Leitao_Amaro) March 7, 2025
Versão oficial pic.twitter.com/Yfd797RQZt
A publicação irónica surgiu depois de Leitão Amaro ter revelado o plano de gestão de crise do Governo após ter tapado a cara com uma folha durante o debate da moção de censura, na Assembleia da República, para esconder o que estava a dizer ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O momento em que Leitão Amaro segurava o rascunho foi captado pelo fotojornalista da Lusa Manuel de Almeida e a veracidade do documento foi confirmada por fontes do Governo ao Observador. No entanto, segundo a publicação, o plano terá sofrido algumas alterações e o rascunho continha apenas notas preliminares.
O plano começava com o debate da moção de censura e a ida de ministros às televisões, na quarta-feira. Já na quinta-feira, o Governo previa entregar as respostas às perguntas dos partidos sobre a Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro.
Entre sexta-feira e segunda-feira, estava previsto que o primeiro-ministro desse uma entrevista a "três televisões", que se supõe serem os três canais principais: RTP, SIC e TVI.
Para esta sexta-feira, o Governo previa também um Conselho de Ministros, onde deveriam ser apresentadas mais medidas para o país.
Por último, surge o debate da moção de confiança. Na quinta-feira, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, confirmou que a moção já foi entregue na Assembleia da República, devendo o debate ocorrer na próxima terça-feira, 11 de março.
O primeiro-ministro, recorde-se, avançou com a apresentação de uma moção de confiança no arranque do debate da moção de censura do PCP - esta última que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República.
Se a moção de confiança for também rejeitada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte e o Conselho de Estado "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.
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