Leitão Amaro acusa PS de "criar um clima de suspeição permanente"

Leitão Amaro garantiu que o Governo não quer eleições, mas sim provar aos portugueses que o "país precisa de um Governo com capacidades para governar e transformar, e, para isso, precisa de condições". 

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Notícias ao Minuto
07/03/2025 22:36 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto

País

António Leitão Amaro

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, defendeu esta sexta-feira que a moção de confiança apresentada pelo Governo é "inevitável" e acusou o Partido Socialista (PS) de "criar um clima de suspeição permanente".

 

"A votação de uma moção de confiança e a clarificação sobre se o Parlamento confia e aceita as condições de governabilidade parece, neste momento, inevitável", garantiu o ministro em entrevista à RTP 3.

Leitão Amaro afirmou que o Executivo "veio para transformar" e "não para estar no poder" e está ciente que "a maioria que suporta o Governo é uma maioria limitada" porque as "oposições têm mais votos".

"É um exercício normal, embora afete a governação, quando o PS e o Chega se juntam para bloquear a governação e aconteceu várias vezes", considerou o ministro, afirmando, contudo, que o que está agora em causa é uma "oposição sistemática anunciada pelo maior partido da oposição".

"[O PS] Não exerce apenas o bloqueio, mas cria um clima de suspeição permanente", atirou.

E exemplificou: "Primeiro vota contra uma moção de censura, a seguir abstém-se. E, ao mesmo tempo, diz 'estou a votar assim, mas não confio no Governo, acho que o Governo não tem condições para governar'. Está a dizer que não tem confiança".

Sobre o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter apelado esta sexta-feira a que o Governo "não avance com a moção de confiança", Leitão Amaro afirmou que o partido deve ser "coerente".

"Que seja coerente se não quiser eleições. Se o PS verdadeiramente não quer eleições e quer continuar a fazer um exercício de degradação lenta com um clima permanente de insinuações e de suspeita e de bloqueio em conluio com o Chega... Se é isso que quer, não há condições para continuar a transformar", atirou.

"Faço um apelo a Montenegro: Que não avance com a moção de confiança"

O Partido Socialista defende que está nas mãos do Governo 'piorar' esta crise política e que, para o evitar, basta que a moção de confiança anunciada seja retirada. O líder socialista, Pedro Nuno Santos, considera, no entanto, que se o chefe de Governo quiser evitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, esse é um problema - e que aí há "mesmo de mudar de primeiro-ministro."

Notícias ao Minuto | 20:32 - 07/03/2025

Leitão Amaro garantiu que o Governo não quer eleições, mas sim provar aos portugueses que o "país precisa de um Governo com capacidades para governar e transformar, e, para isso, precisa de condições"

"Preferimos mesmo que não haja eleições. Se quisessem eleições, o primeiro-ministro ou o Governo tinham-se demitido, mas não o fizemos", acrescentou.

O ministro reiterou ainda que o Governo "não pediu que haja eleições", mas sim uma "clarificação do Parlamento expressa e coerente".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recorde-se, avançou com a apresentação de uma moção de confiança no arranque do debate da moção de censura do PCP - esta última que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República.

Se a moção de confiança for também rejeitada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte e o Conselho de Estado "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.

Leia Também: "Versão oficial". Leitão Amaro ironiza após divulgação de plano de crise

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