O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, admitiu que as últimas declarações do presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo russo, Sergey Lavrov, não estão "em linha com o que foi acordado com a Ucrânia" na Arábia Saudita. Ainda assim, acredita numa "solução para um acordo de cessar-fogo".
"Seria muito importante para cessar hostilidades e criar condições para que se ganhe tempo para esse diálogo. Tenho esperança nas conversações bilaterais. Aquilo que foi dito pelos principais protagonistas da Federação Russa, na quarta e quinta-feira, não vai ao encontro do que foi acordo com a Ucrânia, mas não quer dizer que não possa evoluir. Isto passa por conversações”, defendeu Rangel em declarações aos jornalistas no Conselho dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas.
No final desta reunião com os homólogos da União Europeia, Rangel revelou que houve uma "discussão mais longa" sobre a Ucrânia, em que o governante passou "algumas mensagens" da visita que fez a Kyiv na semana passada.
"A questão do alargamento e do apoio à Ucrânia no futuro também esteve bastante em cima da mesa. Esses são os temas que estão agora em discussão. Houve aqui um reporte muito interessante do que se passou no G7, onde esteve Marco Rubio, em Itália. A declaração final é bastante expressiva, falando mesmo até na questão da integridade territorial da Ucrânia. Houve aqui uma atualização da informação quanto a esta matéria e a UE não desistirá de que a Ucrânia esteja envolvida como protagonista das negociações", explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Sobre a ajuda de militares portugueses no terreno, Rangel garantiu que o país estará "sempre disponível" para uma colaboração no quadro europeu ou "de outras iniciativas".
"Ainda não houve nenhuma conclusão, seja em termos de montantes ou prazos. O Estado português estará disponível para isso, como estará para uma missão de paz. Depende muito das várias soluções concretas", acrescentou.
Recorde-se que, hoje, o porta-voz do Kremlin confirmou que há uma conversa entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, prevista para terça-feira.
"Sim, é de facto esse o caso", confirmou Dmitry Peskov, em resposta a uma pergunta sobre o tema feita pela agência estatal russa TASS.
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