Em declarações aos jornalistas em Ljubljana após um encontro com a comunidade portuguesa na Eslovénia, durante o qual salientou que os dois países pensam "exatamente da mesma maneira" a nível de defesa da Ucrânia face à invasão russa, Marcelo, comentando as iniciativas dos Estados Unidos para um acordo de paz, apontou que a posição de Portugal é a de considerar "importante caminhar para a paz", mas desde "que não seja uma paz ilusória, não seja uma aparência de paz".
De acordo com Marcelo, sendo o objetivo um acordo de paz "que verdadeiramente crie condições de duração e seja sustentável", é "fundamental" para a Ucrânia "a garantia de que o cessar-fogo, trégua, ou o que se chamar, tem continuidade e é garantida pela Europa como um todo, e até países de outros continentes, e conta com o apoio norte-americano".
"Aqui [na Eslovénia] sente-se mais, porque estamos mais a leste, mas para todo o continente europeu é fundamental que esta paz seja uma paz que não seja um intervalo entre duas guerras, e um intervalo muito curto e muito pouco duradouro. É isso que naturalmente está a ser discutido e é isso que todos querem", disse.
Relativamente ao papel dos Estados Unidos da América (EUA), Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que a posição europeia é a de "estar aberta a tudo aquilo que for a manifestação da boa vontade dos EUA e considerar que é essencial que os EUA se envolvam mesmo na solução da paz", explicando então que tal significa contribuir para dar garantias à Ucrânia.
"Envolver não é apenas num determinado momento terem iniciativas, é garantirem a segurança da Ucrânia e a durabilidade da solução de paz a que se chegar", disse.
A terminar, o Presidente da República voltou a fazer votos para "que a Europa não seja omitida, não seja esquecida naquilo que é fundamental" nas negociações em curso com vista a um acordo de paz, "porque tal diz respeito à segurança do continente".
O Governo britânico afirmou hoje estimar que 30 países deverão participar na força de manutenção de paz na Ucrânia que Paris e Londres estão a tentar formar na expectativa de um cessar-fogo.
"Esperamos que mais de 30 países estejam envolvidos" nesta coligação, com "um número significativo de países a fornecer tropas e um grupo mais vasto (de países) a fornecer outras contribuições", disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que organizou no sábado uma reunião virtual com cerca de 25 países aliados da Ucrânia, na qual participaram vários países europeus, incluindo Portugal, e também Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
O objetivo da força de manutenção de paz é dissuadir a Rússia de violar um eventual cessar-fogo caso Moscovo aceite a proposta dos Estados Unidos com a qual Kiev já concordou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá conversar com o russo, Vladimir Putin, na terça-feira.
Até à data, a Rússia tem-se oposto totalmente à presença de tropas europeias na Ucrânia.
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