Mulher senta-se junto a jacarandá para impedir a sua remoção em Lisboa

O incidente ocorreu pelas 17h34, tendo a mulher sido abordada pelas autoridades. Depois, abandonou o local, segundo confirmou o Notícias ao Minuto junto da Polícia de Segurança Pública (PSP).

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Notícias ao Minuto com Lusa
27/03/2025 18:41 ‧ há 3 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Lisboa

Uma mulher, que será comerciante na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, sentou-se diante de um jacarandá e impediu os trabalhos de transplante de 20 árvores nesta artéria lisboeta, que arrancaram esta quinta-feira.

 

O incidente ocorreu pelas 17h34, tendo a mulher sido abordada pelas autoridades. Depois, abandonou o local, segundo confirmou o Notícias ao Minuto junto da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Entretanto, um grupo de peticionários contra o abate dos jacarandás alertou que "não houve qualquer abertura" por parte da Câmara Municipal e do promotor do projeto urbanístico de Entrecampos para alterar os planos previstos, que contemplam a remoção de 47 árvores.

A petição 'Não ao abate dos jacarandás da Av. 5 de Outubro', criada na sexta-feira, 21 de março, em que se assinalou o Dia da Árvore, reúne hoje mais de 50.000 assinaturas.

Um grupo de peticionários tiveram hoje uma reunião com a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação 'Novos Tempos' PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), com a presença do promotor do projeto urbanístico de Entrecampos, a Fidelidade Property. A este propósito, foi agendada para domingo, às 15h00, no troço da Avenida 5 de Outubro compreendido entre a Rua da Cruz Vermelha e a Avenida das Forças Armadas, "uma reunião de vizinhos", aberta a todos os cidadãos, para "mostrar o descontentamento" com o abate de jacarandás.

Fonte do gabinete do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse à Lusa que "o que está a ser feito são trabalhos preparatórios e não, em concreto, a retirada de qualquer árvore".

Em declarações à agência Lusa, após a reunião com a câmara e o promotor do projeto, Pedro Franco disse que a primeira questão levantada foi sobre o antecipar dos trabalhos de transplante de jacarandás.

"Foi justificada esta antecipação relativamente às sessões públicas de esclarecimento com a própria característica das árvores, que para o transplante ter sucesso terá de ser feito o quanto antes, na época em que estamos, antes que comecem a florir", indicou, lamentando que essa decisão não tenha sido discutida previamente com os cidadãos.

O porta-voz da petição adiantou que, no âmbito desta reunião, foi confirmado pela Câmara Municipal que "a remoção destas árvores não tem a ver propriamente com o seu estado, mas com o projeto de construção do parque de estacionamento".

Neste eixo da Avenida 5 de Outubro, segundo informação da autarquia, há 75 jacarandás, dos quais 30 serão mantidos, 20 serão transplantados (a que se juntarão dois plátanos) e os restantes 25 serão abatidos. Simultaneamente, serão replantados 39 jacarandás, a que se juntarão 49 outras árvores.

Os peticionários questionaram também sobre o projeto de construção de um parque de estacionamento subterrâneo, que justifica a remoção destas árvores, incluindo o porquê de não ser feito apenas no subsolo do recinto da antiga Feira Popular, mas, de acordo com Pedro Franco, a resposta "recorrente" foi de que se trata de "um contrato complexo, em hasta pública", e haveria "um sobressalto com a concorrência" se fossem feitas agora alterações.

"A Câmara Municipal deveria representar os cidadãos e os cidadãos não se reveem neste contrato que, no fundo, traz ao centro da cidade mais carros, e isso é inequívoco. Estamos a falar de mais de 1.000 lugares de estacionamento, e acaba por remover árvores crescidas em detrimento de novos plantios que, como sabemos, não têm o mesmo valor de ecossistema", defendeu.

Os peticionários enviaram hoje uma carta aberta à Fidelidade Property, em que apelam, por exemplo, a "um novo desenho para a rampa de acesso ao estacionamento subterrâneo na Av. 5 de Outubro que não implique a remoção de arvoredo nem a diminuição do espaço público disponível".

Aguardando ainda uma resposta da Fidelidade Property, Pedro Franco destacou a providência cautelar apresentada pelo PAN para suspender o transplante de jacarandás, esperando que dê tempo para "pressionar mais" os promotores a alterarem o que foi contratualizado.

Leia Também: CML "sem qualquer abertura para alterar planos" no abate de jacarandás

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