Depois de ter sido notícia um pouco por todo o país, o abate de jacarandás na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa, passou, esta sexta-feira, para as páginas internacionais.
O jornal francês Courrier falou da "onda de protestos" que a decisão da Câmara Municipal de Lisboa originou e da petição, que "reuniu mais de 51 mil assinaturas numa semana, para salvar algumas das árvores que enfeitam a capital portuguesa com uma intensa cor lavanda quando florescem".
O texto começa por descrever o protesto de uma mulher que, na quinta-feira, se sentou diante de um jacarandá e impediu os trabalhos dos funcionários da autarquia que iam proceder ao arranque das árvores.
Para a publicação francesa, este protesto "cristalizou a indignação de milhares de lisboetas" sobre o assunto. "O seu gesto enviou uma mensagem forte e tocante, mas provavelmente em vão", uma vez que, tal como recorda o Courrier, a autarquia continua a seguir em frente com a ação.
Em questão está a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, no âmbito da operação urbanística de Entrecampos, nos antigos terrenos da Feira Popular.
Contra este processo, a petição 'Não ao abate dos jacarandás da Avenida 5 de Outubro', criada na sexta-feira, 21 de março - Dia da Árvore, reúne hoje mais de 51.700 assinaturas.
Na quinta-feira, após uma reunião com a câmara municipal e o promotor do projeto urbanístico de Entrecampos, um grupo de peticionários contra o abate de jacarandás disse que "não houve qualquer abertura" para alterar os planos previstos.
A este propósito, a Iniciativa Liberal (IL) na Assembleia Municipal de Lisboa requereu a "audição urgente" da câmara na 4.ª Comissão Permanente - Ambiente e Estrutura Verde, para "esclarecimento cabal da polémica" em torno da remoção de jacarandás na Avenida 5 de Outubro. Esse pedido de audição carece ainda de aprovação por parte da própria comissão.
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