Numa declaração, sem direito a perguntas, no final do Conselho de Ministros dedicado a responder às tarifas aduaneiras aplicadas pelos Estados Unidos (entretanto suspensas por 90 dias), Luís Montenegro defendeu que "não é tempo de aventuras" e que "nunca a estabilidade, a experiência, a prudência e a maturidade política foram tão decisivas".
"Como diz o povo, é mesmo o momento de ter adultos na sala. Sem alarmismos, sem precipitações, estamos preparados e tomaremos as decisões necessárias para lidarmos o melhor possível com esta situação desafiante", afirmou o primeiro-ministro.
A pouco mais de um mês de legislativas antecipadas, Montenegro considerou que o país não pode "acrescentar à incerteza e ao risco externo e internacional a irresponsabilidade, a precipitação e a impreparação de alguns agentes nacionais".
"Os portugueses não esquecem o défice descontrolado e a dívida galopante ou o desemprego elevado, causados por receitas ilusórias que depois impuseram um enorme sacrifício para que fossem ultrapassadas. Por isso, não abdicamos de contas certas, nem vendemos ilusões que amanhã nos possam sair mais caras", frisou.
Para o primeiro-ministro, "este não é um tempo de aventuras, é um tempo de sentido de responsabilidade, de sentido de ambição, de estabilidade".
Montenegro nunca concretizou a quem se referia com estes avisos. No entanto, na última semana, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, tem acusado o Governo de inação na resposta às tarifas aduaneiras impostas pelos EUA e lamentado que o executivo não tenha reagido com maior rapidez "como fez o governo espanhol".
Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, a comunicação social apenas pôde colocar questões (seis) ao ministro da Economia, Pedro Reis, que detalhou as medidas, num 'briefing' a que assistiram, além do primeiro-ministro após a sua intervenção, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e a ministra da Juventude, Margarida Balseiro Lopes, além de vários secretários de Estado.
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