Vários órgãos de comunicação social avançaram, no sábado, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ainda não teria esclarecido todas as dúvidas sobre as contas bancárias e que o processo continuava aberto, mas o presidente do PSD veio garantir que se tratava de "desinformação" e "manipulação de factos", reiterando que não escondeu qualquer conta bancária.
Montenegro acusou, em particular, o Expresso e o Correio da Manhã de terem "um padrão de apresentação de notícias que, depois, têm tido como consequência que todos os demais órgãos de comunicação social, os agentes políticos e mediáticos, são induzidos em erro e reproduzem títulos de notícias que são absolutamente falsos".
Ao pedido de esclarecimentos feito no sábado pelos jornalistas, Luís Montenegro disse ter "três contas à ordem" e que "nenhuma delas apresentava um saldo superior a 50 salários mínimos nacionais".
Salientou ainda que não escondeu qualquer conta e repetiu que é o único político português que apresentou publicamente o valor das suas declarações de rendimentos nos últimos 15 anos, questionando também porque é que só o primeiro-ministro e só o PSD é que são alvo deste "tipo de apreciação, deste tipo de associação" e garantiu que as portuguesas e os portugueses "podem confiar no primeiro-ministro, podem confiar no PSD e na AD".
Ministério Público arquivou processo
Mais tarde, já depois destas declarações de Montenegro, o PSD emitiu um comunicado a anunciar que o Ministério Público considerou que o primeiro-ministro esclareceu todas as dúvidas relativas à declaração de rendimentos e arquivou o processo. Em anexo seguia o despacho de arquivamento.
Citando a decisão, o comunicado dos sociais-democratas indica que "o Ministério Público considerou cumpridos todos os esclarecimentos adicionais solicitados na passada quinta-feira", pelo que optou por partilhar o documento com a comunicação social, "para que não restem dúvidas sobre a veracidade dos factos".
"Donde decorre que não se registou qualquer falha por parte do Presidente do PSD, nem se encontra nenhuma apreciação pendente", conclui o comunicado dos sociais-democratas.
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