Na reunião do executivo municipal, ao falar sobre o relatório e contas da Câmara de Leiria relativo a 2024, Gonçalo Lopes (PS) afirmou que se conseguiu "reduzir a dívida a um patamar nunca alcançado", baixando dos 10 milhões de euros, com "um prazo médio de pagamento de quatro dias" e sem nunca "ter recorrido a qualquer tipo de empréstimo" desde que o PS ganhou a Câmara ao PSD, nas eleições autárquicas de 2009.
Segundo informação da autarquia enviada à agência Lusa, a autarquia terminou 2024 com uma dívida de 9.439.212,02 euros, "a mais baixa dos últimos 14 anos", significando uma redução de 21% face a 2023 e de 88% desde 2010".
Em 2024, registou-se um saldo global positivo de 30,6 milhões de euros, sendo a poupança corrente de 25,2 milhões de euros.
Já a receita municipal cresceu o ano passado 5,5% (mais 2.373,590,91 euros) e o investimento nas freguesias aumentou 19,6% (mais 1.161.418,76 euros).
A taxa de execução da despesa também aumentou, de 81 para 86%, cifrando-se o resultado líquido positivo em 1,2 milhões de euros.
Gonçalo Lopes destacou o trabalho desenvolvido "sem comprometer a saúde financeira do município para quem vier a seguir gerir, ao contrário daquilo que foi a pesada herança" recebida há 14 anos.
Referindo-se ao investimento em novas infraestruturas, "quer direta ou indiretamente, através do associativismo" desportivo, cultural e social, o autarca particularizou intervenções nas áreas da educação, segurança, saúde e mobilidade.
"Não se pode diminuir o trabalho do município apenas por uma questão de narrativa da oposição", defendeu.
Considerando que a autarquia consegue "fazer obra, sendo transparente, mantendo o rigor financeiro" e ter consciência social, apoiando quem tem mais dificuldades, Gonçalo Lopes, que é recandidato à presidência da Câmara, garantiu que "nunca se investiu tanto per capita ou por quilómetro quadrado como no ano de 2024".
"A obra que se fez é com critério, com estratégia, apontando as necessidades do município, alinhadas com as preocupações das populações", adiantou.
O vereador da oposição Álvaro Madureira, independente eleito pelo PSD, mencionou o saldo global positivo e o resultado líquido positivo para sublinhar que Leiria é um "concelho rico".
"Para termos um saldo destes, não há necessidade de andarmos a pagar o que pagamos [de impostos]", observou, referindo a receita arrecadada pelo município na participação variável do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares, que passou de "sete para nove milhões de euros".
Dirigindo-se ao presidente da Câmara, Álvaro Madureira declarou que "isto é muito dinheiro, pode dar graças a Deus e também aos munícipes por este encaixe".
"Não há necessidade de pagarmos tanto", reiterou, notando que "cada vez há mais incerteza para as famílias" e insistindo na diminuição de impostos, pois "as receitas também têm sido muito elegantes e vantajosas para o município".
O vereador enumerou ainda um conjunto de investimentos que são necessários, dando, entre outros exemplos, a habitação e a despoluição do rio Lis, para afirmar que "há um défice na execução" de obras.
"É positivo em termos de resultados financeiros, mas não há obra suficiente que possamos ver que vale a pena pagar os impostos que pagamos", acrescentou Álvaro Madureira.
Os três vereadores da oposição votaram contra o documento. O mesmo sentido de voto tiveram com o relatório e contas dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento relativo a 2024.
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