Mecanismo Anticorrupção? "As dúvidas vêm desde que foi criado"

O Presidente da República explicou hoje que as dúvidas que manifestou ao promulgar alterações ao Mecanismo Nacional Anticorrupção remontam à sua criação, por ser uma entidade ligada ao Governo.

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Lusa
16/04/2025 20:29 ‧ há 2 dias por Lusa

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Marcelo Rebelo de Sousa falava no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em resposta aos jornalistas, que o questionaram sobre a mensagem que hoje divulgou a anunciar que promulgou o decreto-lei que altera a orgânica do Mecanismo Nacional Anticorrupção "apesar das dúvidas que ainda suscita".

 

"As dúvidas eu explico quais são: vêm desde que foi criado, não foi neste Governo [PSD/CDS-PP], foi no Governo anterior [do PS]", começou por responder o chefe de Estado.

O Presidente da República referiu que "havia uma entidade ligada ao Tribunal de Contas" -- o Conselho de Prevenção da Corrupção -- "que foi substituída por uma entidade ligada ao Governo".

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "desde o início" manifestou "dúvidas de que funcionasse muito bem um mecanismo de combate à corrupção que dependesse do poder executivo".

"Tinha dúvidas, e o que é facto é que [o Mecanismo Nacional Anticorrupção] já foi criado há muito tempo, ainda demorou muito tempo a começar a produzir efeitos", prosseguiu.

Na sua opinião, "é um bocado difícil" este mecanismo funcionar, por "quem vai controlar, no fundo, nascer sob a alçada daquele ou daqueles que vão ser controlados".

"Pode ser que dê certo, mas normalmente não é fácil", acrescentou.

Nestas declarações aos jornalistas, interrogado sobre a atual administração norte-americana de Donald Trump, o chefe de Estado reiterou que "não é surpresa" para quem, como é o seu caso, acompanhou "de perto" o seu primeiro mandato como Presidente.

Donald Trump "já era o que é, não tinha era maioria que tem" e "já era claro que havia uma ideia de pôr em causa a ordem internacional como ela existiu do ponto de vista político e do ponto de vista económico", disse.

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu o Presidente norte-americano como alguém com "uma visão de intervenção muito nacionalista, hipernacionalista, antimultilateralista" no plano político, "com um diálogo entre Estados Unidos da América e a Federação Russa", e no plano económico "protecionista, unilateralista", com um estilo "de jogador de paradas altas", mas que "quando conhece dificuldades recua".

"Isto pode ser muito bom para alguns ganharem muito, pode ser muito bom para em certo momento a economia americana ter vantagens, mas, tudo somado, tem riscos enormes para o mundo, para a estabilidade económica internacional e para os próprios Estados Unidos da América", considerou.

No seu entender, Trump, "para já, ainda está na fase de só ver as vantagens".

O Presidente da República esteve no Centro Cultural de Belém a assistir à apresentação da série documental 'Rumo à Liberdade', que elogiou e pela qual deu os parabéns a António Barreto e à RTP.

[Notícia atualizada às 20h44]

Leia Também: "Político multifacetado". Marcelo lamenta morte de João Cravinho

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