Augusto Gonçalves é um comerciante de Paços de Ferreira e quando se dirigiu às Finanças para pagar o imposto de selo do carro percebeu que o salário da sua mulher estava penhorado por uma dívida de cinco cêntimos.
“Por cinco cêntimos penhoraram o salário da minha mulher! Ainda estive para perguntar se poderia pagar os cinco cêntimos em prestações”, diz Augusto Gonçalves, de 46 anos, num tom de ironia ao Jornal de Notícias.
O homem, que é dono de um café, contou que perante a situação pagou com uma nota de cinco euros, apesar de ter moedas no bolso.
Tal aconteceu quando foi pagar o selo de um Honda que, entretanto vendeu, e foi confrontado com o atraso do pagamento de um selo de outro carro, um Volkswagen Polo, que estava em nome da mulher, mas há muitos anos tinha sido vendido.
“Disseram-me que o sistema eletrónico é cego e que, por haver juros, foi emitida uma penhora imediata sobre o salário da minha mulher”, conta.
“Será normal que o Fisco penhore um salário por uma dívida de cinco cêntimos?”, questiona.
Segundo as Finanças, o sistema eletrónico de penhoras dispara automaticamente. Em causa está a falta de pagamento de um selo no valor de 27,5 euros, que devia ter sido liquidado até 3 de junho. Augusto foi alertado da execução a 9 de setembro de 2014, mas só o pagou a 22 de outubro de 2014.
O comerciante vai ter ainda de pagar uma coima, que ainda não está no sistema, de 68,25 euros.