Segundo fonte oficial do exército, o general Jaime Neves morreu por volta das 6h00 deste domingo, em consequência de problemas respiratórios, no Hospital Militar, em Lisboa, onde estava internado.
Jaime Neves tinha 76 anos e o seu percurso militar ficou marcado pelo carácter decisivo que teve no golpe de 25 de Novembro de 1975, operação em que chefiou o regimento de comandos.
Na história dos primeiros anos de democracia em Portugal, após o 25 de Abril de 1974, o 25 de Novembro de 1975 representa o fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Em Julho de 1995, o então Presidente da República Mário Soares agraciou Jaime Neves com a Ordem de Torre e Espada.
Já em 2009, por proposta do antigo chefe de Estado Ramalho Eanes e do general Rocha Vieira, Jaime Neves foi promovido a general pelo Presidente da República, Cavaco Silva.
O funeral do general Jaime Neves, cujo o corpo estará na capela da Academia Militar a partir das 16h00 de hoje, realiza-se ao início da tarde de segunda-feira no cemitério do Alto de São João, após uma missa na Academia Militar, pelas 14h00.
As condolências:
Numa mensagem publicada no site da presidência pode ler-se que Cavaco Silva enviou uma mensagem de condolências à família do major-general Jaime Neves, considerando-o "um exemplo inspirador de dedicação ao país" e um lutador pela liberdade em Portugal.
"Ao tomar conhecimento da morte do major-general Jaime Neves, apresento à família enlutada as minhas sentidas condolências", refere o chefe de Estado, sustentando que "são raros os homens da fibra de Jaime Neves".
A partir de Santiago do Chile, onde se deslocou para participar na Cimeira União Europeia/Comunidade de Estados da América Latina e Caraíbas (UE/CELAC), o primeiro-ministro, Passos Coelho, lamentou a morte do general Jaime Neves e elogiou-o pela sua "contribuição extraordinária para a implantação da democracia" em Portugal.
"O general Jaime Neves foi um militar de excepção, um homem que deixou uma contribuição extraordinária para a implantação da democracia no nosso país", afirmou o primeiro-ministro, referindo que o general "esteve envolvido no movimento dos Capitães de Abril, em 1974, e foi ainda uma das peças muito relevantes para o desfecho do 25 de Novembro".
O líder do CDS, Paulo Portas, destacou que o País "deve uma parte relevante” da sua liberdade a Jaime Neves, considerando que o general “fez muito pela democracia em Portugal", salientando Portas, que o general “nunca pediu nem esperou favores ou honras do regime que ajudou a consolidar”.
O ministro da Defesa, Aguiar-Branco, enalteceu os valores de coragem, exemplo e camaradagem transmitidos pelo militar Jaime Neves e salientou que a sua memória merece “o maior respeito” dos portugueses por tratar-se de “uma figura que marca decididamente períodos importantes da nossa história, antes e depois do 25 de Abril”.
O ex-líder do CDS-PP e deputado José Ribeiro e Castro destacou o contributo do general Jaime Neves para a paz e a liberdade em Portugal, no período da revolução do 25 de Abril, afirmando que "era um homem de honra, como poucos, um herói de Portugal inteiro, a quem são devidas as mais altas e sentidas homenagens".