O que leva uma mãe a matar os próprios filhos?

Foi esta segunda-feira conhecido (mais) um caso que abalou o País. Uma mãe envenenou os filhos, suicidando-se de seguida. A tragédia registou-se em Oeiras, no entanto, vários especialistas, ouvidos pelo jornal i, acreditam que estes fenómenos estão a propagar-se geográfica e socialmente. Saiba porquê.

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Notícias Ao Minuto
29/01/2013 08:40 ‧ 29/01/2013 por Notícias Ao Minuto

País

Especialista

O acto de uma mãe que decida matar os filhos é, provavelmente, um dos mais contra-natura que poderá reportar-se, causando repulsa, incompreensão, e uma panóplia de outras emoções negativas junto de quem está de fora. Porém, o número destes casos está a aumentar em Portugal. Mas o que levará uma mulher a ser capaz de cometer tal crime contra frutos do seu próprio ventre?

Conflitos na regulação do poder paternal, a situação de crise económica e social que o País atravessa, perturbações mentais graves não tratadas, ou mera vingança são alguns dos factores apontados pelos especialistas. 

O ex-inspector da Polícia Judiciária, António Teixeira, sublinha que alguns casos de matricídio que têm ocorrido nos últimos anos prendem-se com conflitos na regulação do poder paternal. “São problemas que precisam de ser tratados não numa óptica de se ganhar os filhos a todo o custo, mas numa perspectiva humana e que possa salvaguardar o interesse das crianças e o equilíbrio dos pais”, considera o antigo inspector, em declarações ao i.

Ao mesmo tempo, a vingança dirigida aos companheiros por parte de mulheres que “não são mães, são progenitoras”, e que “não estabelecem relações afectivas com os filhos”, poderá, no entender de António Teixeira, justificar certos casos.

Já o psicólogo criminal, Carlos Poiares, atribui à crise económica e social a responsabilidade de determinados actos de desespero. “Estas situações acontecem sempre num quadro em que as mães não conseguem ver uma luz ao fundo do túnel”, sustenta o perito, daí decorrendo também a opção pelo suicídio. Patologias dissociativas que fazem com que as mães acreditem que pela morte estão a salvar os filhos também estão na origem de algumas situações.

Transtornos de personalidade ou perturbações psiquiátricas são factores, por sua vez, assinalados pelo psicólogo Manuel Coutinho. “São pessoas que têm uma enorme frieza afectiva, geralmente muito impulsivas e com uma rede social e familiar muito fraca. São, em regra, mulheres muito isoladas”, detalha o especialista.

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