Caso David: Não havia neurocirurgiões ao fim de semana há dois anos
Morte de David Duarte foi causada pela inexistência de neurocirurgiões ao fim de semana no Hospital de São José, em Lisboa. O Ministério Público fez saber que solicitou a abertura imediata de um inquérito às entidades envolvidas.
País Hospital
Foi ontem noticiado por toda a imprensa nacional o caso de David Duarte, o jovem que morreu vítima da falta de serviço de neurologia vascular aos fins-de-semana no Hospital de São José, em Lisboa. David podia ter sobrevivido caso houvesse um neurocirurgião disposto a trabalhar ao fim-de-semana, mas esse não foi o caso e a morte foi o desfecho.
Este caso veio levantar uma situação que tem passado despercebida: a prevenção aos fins de semana de neurocirurgia está suspensa desde abril do ano passado, adiantou fonte do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), ao qual pertence o hospital no centro da polémica, ao Diário de Notícias.
A mesma fonte lembra que esta prevenção está sob regime voluntário, o que levou a maioria dos especialistas a escolherem não trabalhar aos sábados e domingos devido à alteração dos regimes remuneratórios.
O porta-voz do CHLC recorda que a neurocirurgia de urgência de aneurismas, como foi o caso de David, necessita de profissionais “altamente especializados” e requer uma equipa “especialmente habilitada” para que seja realizada com “resultados satisfatórios”.
Recorde-se que a morte de David levou a uma onda de demissões, desde administradores do São José à Administração Regional de Saúde, passando pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central e Centro Hospitalar Lisboa Norte.
Na sequência do caso, o Ministério da Saúde fez saber que solicitou a abertura imediata de um inquérito às duas entidades envolvidas.
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