Através de um comunicado enviado às redações, a CGTP lamenta que a Bruxelas, mais concretamente a Comissão Europeia (CE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) continuem sem aceitar que Portugal, após as eleições, tenha “rejeitado a “austeridade” e “rechaçado o fim da política de cortes nos salários”.
Neste sentido, diz a União dos Sindicatos, a troika quer, “através da ingerência e chantagem, perpetuar a exploração, as desigualdades e o empobrecimento dos trabalhadores, do povo e do país”, referindo-se à possibilidade de aplicar sanções ao país, consoante os resultados do défice.
Se essas forem aplicadas, o que para a CGTP é “inadmissível”, ficarão inseridas numa “nova fase do processo de integração capitalista na UE”, onde, explica, “os valores propalados da solidariedade e cooperação entre Estados iguais em direitos e deveres, deu lugar à aplicação de uma política neoliberal única com a imposição das regras ditadas pelos países mais fortes”.
Nesta senda, as criticas voltam-se para Wolfgang Schäuble, Ministro das Finanças alemão, que terá dito que Portugal poderia vir a precisar de um novo resgate. A serem verdades, essas palavras representam “o pretenso ultimato da Comissão Europeia” e “a condenação da própria política imposta pela troika ao longo dos últimos quatro anos e uma confissão do fracasso da mesma”.
Há ainda espaço para acusações dirigidas tanto ao PSD como ao CDS, que a CGTP diz estarem empenhados em “boicotar a política de reposição de salários, pensões e direitos e assim tentar impossibilitar uma alternativa que demonstre a falácia da inevitabilidade da política de austeridade”.