Sindicato aponta para adesão de 75% na greve de enfermeiros

O coordenador regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) nos Açores, Francisco Branco disse à agência Lusa que a greve dos enfermeiros na Região atingiu os 75% no turno da manhã, enquanto no turno da noite chegou aos 91%.

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Lusa
03/10/2016 15:52 ‧ 03/10/2016 por Lusa

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Açores

"Estamos em 75% de média geral nos Açores, é positivo, um pouco mais baixo do que a noite por causa dos centros de saúde. Os hospitais têm percentagens muito mais altas de adesão do que os centros de saúde. Os hospitais estão com 83% e os centros de saúde com 60% de média", afirmou Francisco Branco.

Os números avançados pelo SEP são diferentes dos avançados pelo Governo Regional dos Açores, com a Secretaria Regional da Saúde a apontar para uma adesão à greve de 36% em todo o Serviço Regional de Saúde - 32% nos hospitais e 44% nos centros de saúde.

Segundo a direção regional dos Açores do SEP, é nos hospitais que se têm sentido os maiores constrangimentos, com cancelamentos de consultas e cirurgias programadas durante o turno da manhã, que começou às 08:00 dos Açores (09:00 em Lisboa) e termina às 16:00 dos Açores (17:00 em Lisboa).

"Nos hospitais temos as consultas externas que não estão a funcionar e os blocos operatórios completamente fechados no que diz respeito ao trabalho dos enfermeiros. O impacto maior (...) é mais ao nível do trabalho programado, nomeadamente cirurgias e consultas", disse Francisco Branco.

O SEP convocou a greve nos Açores para os dias 03 e 04 de outubro, alegando que o Governo Regional faltou aos compromissos assumidos relativos à reposição de verbas e à redução de horários.

Em causa estão três pontos que afetam enfermeiros dos hospitais e centros de saúde da região e que, segundo o sindicato, dependem exclusivamente do executivo açoriano.

O sindicato reivindica o pagamento de 4,5 milhões de euros, referentes aos retroativos de 2011 a 2013 da reposição do tempo de serviço congelado.

Por outro lado, os enfermeiros reivindicam o regresso às 35 horas semanais de trabalho, alegando que existe uma discriminação comparativamente aos restantes trabalhadores da função pública.

O sindicato reclama, ainda, a adaptação à região da portaria nacional que regulamenta a direção de enfermagem, alegando que há enfermeiros nos centros de saúde a ganhar menos 200 euros por mês do que colegas com igual categoria e responsabilidades que trabalham em hospitais.

A greve decorre duas semanas antes das eleições legislativas regionais, a realizar no dia 16 de outubro, mas Francisco Branco disse que o sindicato estaria disponível para diálogo com o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, recandidato ao cargo, o que não terá ainda acontecido.

"O presidente sabia efetivamente que a greve ia acontecer, fizemos um apelo, até agora não houve resposta e estamos sempre abertos e disponíveis, mas vamos ver se o Governo reage e nos diz alguma coisa", disse.

 

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