"Nem todos os advogados se sentiam representados" com Elina Fraga

O recém-eleito bastonário da Ordem dos Advogados esteve esta noite de quinta-feira em entrevista na SIC Notícias, onde falou sobre as suas prioridades imediatas.

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Anabela de Sousa Dantas
08/12/2016 23:20 ‧ 08/12/2016 por Anabela de Sousa Dantas

País

Ordem dos Advogados

Guilherme Figueiredo foi eleito o novo bastonário da Ordem dos Advogados ao derrotar Elina Fraga na segunda volta das eleições, na passada terça-feira. O advogado do Porto ganhou com uma percentagem de 51,8%.

Em entrevista à SIC Notícias, esta quinta-feira, o causídico sublinhou a necessidade de incluir todos os colegas na organização que passa a representar. “A prioridade imediata é tentar que todos os colegas se sintam representados pela Ordem dos Advogados, sem qualquer exceção”, indicou.

Quando questionado sobre se essa não era a realidade sob a tutela de Elina Fraga, o bastonário foi perentório. “Entendo que não, nem todos os advogados participavam, nem todos os advogados se sentiam representados e o contraditório, o debate sobre diversas questões não existia. Não foi por acaso que não ocorreu o congresso quando deveria ter ocorrido, não foi por acaso que não ocorreu, dentro da Ordem, a convenção das delegações, e só ocorreram iniciativas em que apenas uma das partes tomava posição”, criticou.

Entrando no tema da precariedade da profissão e quando questionado sobre se a solução seria a limitação do acesso à mesma, Guilherme Figueiredo garante que é preciso ser-se “realista”.

“Ninguém está à espera que Ordem dos Advogados vá tomar posições ou de natureza inconstitucional ou, digamos, pegar numa pistola e matar todos os advogados existentes, como é evidente nada disso ocorrerá”, sustentou.

O causídico sublinha que é necessário “ trabalhar com a consciência de que existem muitos advogados” mas sem fechar o mercado. A solução passará por “criar incompatibilidades que já deviam estar criadas”.

“É o caso das incompatibilidades entre o exercício da advocacia e o exercício dos chamados agentes de execução”, indicou, ressalvando que o mais importante, no entanto, é “criar condições para os que estão”.

Como exemplos, enumerou a “discriminação positiva relativamente aos jovens advogados” ou “a isenção do pagamento da quotas no período da maternidade relativamente às advogadas”.

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