Telemedicina: Um 'anjo da guarda' sempre vigilante para doentes crónicos

Acompanhar doentes crónicos à distância, poupando dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde, é a proposta da telemedicina.

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Carolina Rico
25/06/2017 08:42 ‧ 25/06/2017 por Carolina Rico

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A tecnologia está cada vez mais presente na Saúde e Portugal não é exceção. O ministro Adalberto Campos Fernandes considera a telemedicina uma tendência irreversível e prometeu o apoio do Governo ao seu desenvolvimento.

O centro da Linde Saúde é neste momento o único Centro de Gestão Clínica especializado com equipas de profissionais de saúde das várias disciplinas envolvidas no acompanhamento dos doentes, a colaborar diretamente com o Serviço Nacional de Saúde.

Ao Notícias ao Minuto, o técnico de diagnóstico e terapêutica e especialista em Cardiopneumologia João Tiago Pereira explica como funciona este serviço:

Todos os dias os doentes fazem uma medição, à mesma hora, para registar temperatura, tensão arterial, oximetria (quantidade de oxigénio no sangue) e número de passos dados (pedómetro).

Os resultados são enviados através de bluetooth para o smartphone, computador ou tablet do doente são encaminhados para o call center clínico, onde a gestão dos dados é feita em tempo real.

Caso haja erros ou não seja enviada qualquer medição, os técnicos entram em contacto com o doente para perceber porquê.

O sistema também gera automaticamente alertas quando os valores estão fora do normal, o que permite encaminhar o doente para o hospital.

A deteção precoce de sintomas permite antecipar uma agudização, permitindo ao doente ir a uma consulta em vez de apenas se deslocar às urgências após um agravamento da sua situação, nota João Tiago Pereira.

Para os doentes, especialmente em casos crónicos, com insuficiência cardíaca doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) ou no pós-enfarte, há outra vantagem: um melhor conhecimento da doença e reconhecimento dos próprios sintomas.

Para os médicos, esta é uma ferramenta adicional para acompanhar os doentes, poupando tempo. Já para o hospital, há menos custos com idas às urgências desnecessárias e internamentos.

Mesmo doentes analfabetos “adaptaram-se muito bem à tecnologia”, assegura João Tiago Pereira, até porque gostam de sentir que alguém está a acompanhar o seu estado de saúde todos os dias.

As maiores dificuldades de aceitação partiram dos profissionais de saúde. “Muitas vezes encaram a telemedicina como uma ameaça, uma substituição”, explica.

Segundo o centro da Linde Saúde, decorreram em Portugal cinco projetos-piloto para a área da principal doença respiratória, a DPOC, e ao longo de sete meses de acompanhamento houve uma significativa redução nas idas às urgências, nas hospitalizações (menos 60%), e no número de dias de internamento (que passou de uma média de 276 dias para 105 dias).

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