"O ministro da Defesa não sabe se falta uma câmara em Tancos"

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, esteve esta sexta-feira em entrevista na SIC onde comentou o roubo de material de guerra dos Paióis Nacionais de Tancos, que ocorreu na quarta-feira.

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Anabela de Sousa Dantas
30/06/2017 21:11 ‧ 30/06/2017 por Anabela de Sousa Dantas

País

Azeredo Lopes

Azeredo Lopes recusou, logo à partida, qualquer analogia entre a falta de vídeovigilância num paiol e a falta de vídeovigilância numa prisão de alta segurança, comparação sugerida a título de responsabilização pela jornalista Clara de Sousa. Sublinhando que apenas comenta factos ocorridos dentro da amplitude do seu ministério, afirmou que pode “descrever diretamente aquilo que está a ser feito sem menosprezar minimamente a gravidade dos fatos que ocorreram na quarta-feira”.

O ministro da Defesa assevera que “não é admissível a falta de vídeovigilância” e que, por isso mesmo, já estava a ser programada, desde antes da sua governação, uma verba de 95 mil euros para um “sistema integrado de vídeovigilância do Exército” que “estará concluído em 2018”.

Quando questionado sobre se já estaria a par das falhas em Tancos, Azeredo Lopes nega: “Por muito estranho que possa parecer, o ministro da Defesa nacional não sabe se falta uma câmara de videovigilância em Tancos ou em Lamego. O ministro da Defesa nacional aloca, nos termos da lei, ao Exército a função de garantir a segurança de instalações militares onde se encontra armamento desta natureza”.

“O ministro não é informado de que há uma vedação em Tancos que não está em condições”, acresce, respondendo às notícias de que o Ministério da Defesa Nacional autorizou, a 5 de junho, uma despesa de 316 mil euros mais IVA para a reconstrução da vedação dos Paióis Nacionais de Tancos. “O que estava a acontecer era um procedimento concursal” onde o Exército submete os seus pedidos, explica.

Casa roubada, trancas à porta? O próprio ministro concede que nesta altura é esse provérbio que vigorará, uma vez que o incidente já ocorreu. No entanto, assegura, as medidas necessárias estão a ser tomadas.

“Imediatamente o Exército reforçou significativamente a vigilância mesmo em termos de recursos humanos desses paióis”, afirmou, acrescentando que foi ainda pedido um relatório à Marinha e à Força Aérea, em relação aos paióis das duas forças.

“Vou pedir à Inspeção-geral de Defesa Nacional que faça uma avaliação mais macro das atuais condições e procedimentos de segurança dos paióis e outras instalações militares sensíveis e o Exército já desencadeou uma investigação interna, desde logo, para avaliar se houve quebra de procedimentos obrigatórios e um possível envolvimento de pessoas de dentro do Exército”, indicou.

O ministro da Defesa sublinhou, ainda, que pediu ao Chefe do Estado-Maior e das Forças Armadas que “avisasse imediatamente os nossos aliados e congéneres da União Europeia e da NATO” sobre o sucedido.

“Há uma sucessão de acontecimentos que é muito infeliz”, adiantou, referindo-se ao paiol, aos incêndios e aos incidentes com drones. “Mas acho que é absolutamente absurdo extrapolar para criar aqui uma cadeia de acontecimentos a que se procura atribuir coerência”, terminou.

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