Assinala-se hoje o Dia Mundial da Casa de Banho (da Sanita ou das Instalações Sanitárias). É provável que tenha soltado uma gargalhada (é legítimo), mas o assunto é, de facto, sério.
A data é oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas desde 2013 e tem como objetivo alertar a população para o facto de mais de 2,4 mil milhões de pessoas não terem acesso a uma casa de banho segura e privada.
Esta podia ser só uma curiosidade sobre um bem que – se pensarmos bem – molda, de forma estrutural, as sociedades. Mais, é inegável a importância do saneamento básico para a saúde global.
O principal problema prende-se, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a alertar, com a defecação ao ar livre, uma prática de mil milhões de pessoas em todo o mundo - um sexto dos 5,9 mil milhões de habitantes do mundo em desenvolvimento. O mesmo é dizer que uma em cada dez pessoas no mundo não tem outra opção a não ser defecar ao ar livre, o que faz com que quase 2,4 mil milhões de pessoas utilizem uma fonte de água potável contaminada por fezes. O que deixa a população “mais vulnerável à cólera, disenteria, tifóide e pólio", disse a diretora do departamento de saúde pública na OMS, Maria Neira, em abril.
De acordo com os dados da ONU, enviados ao Notícias ao Minuto e que constam na campanha deste ano, mais de 80% das águas contaminadas retornam aos rios, ribeiras e ao mar sem serem tratadas. Há em todo o mundo perto de 1,8 mil milhões de pessoas sem acesso a casa de banho ou latrina. Esta realidade conduz a que 350 mil crianças morram por ano devido a diarreias causadas pelas inadequadas condições da água.
Este ano, a ONU Água lança uma campanha intitulada 'Para onde vão as nossas fezes?' para alertar a população para as quatro etapas do processo de tratamento das fezes (que pode ver no vídeo), sendo, aliás, o objetivo da ONU, até 2030, criar condições ideias e igualitárias de saneamento básico e pôr fim à defecação ao ar livre.
As casas de banho, de forma muito objetiva, "salvam vidas"; "melhoram a produtividade"; "criam emprego" e são uma "fonte de progresso económico". Já tinha pensado nisso?