A investigação, cujos resultados foram publicados na revista da American Society for Microbiology (Sociedade Americana de Microbiologia), foi conduzida pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) António Xavier e pelo Instituto Superior Técnico.
No estudo, a equipa de investigadores infetou larvas de um inseto com salmonela, com ou sem o gene que expressa a proteína BoIA, e verificou, nas mesmas condições ambientais, o efeito gerado na mortandade do modelo animal.
As larvas morreram ao fim de dois dias quando infetadas com bactérias de salmonela que mantinham esse gene. Em contrapartida, muitos animais não morreram quando infetados com bactérias sem o mesmo gene. Quando o gene, e só este gene, voltou a ser colocado nas bactérias as larvas morreram todas.
"Isto significa que este gene tem de estar lá [nas células da bactéria] para elas [bactérias] serem tão virulentas", afirmou à Lusa a bióloga Cecília Arraiano, coordenadora da equipa do ITQB.
A investigadora explicou que, sem o gene que expressa a proteína BoIA, a salmonela "é mais facilmente atacável pelo sistema imunitário".
Assim sendo, de acordo com a bióloga, a proteína pode ser um bom alvo para testar novos medicamentos contra as infeções causadas por salmonela (através da ingestão de comida ou água contaminadas).
A equipa científica está a estudar a estrutura da proteína para perceber de que forma pode regular geneticamente a sua expressão nas bactérias e desativá-la.