À saída do Tribunal da Guarda, onde Pedro Dias está a ser julgado, Mónica Quintela mostrou-se desagradada com o pedido de pena máxima para o seu cliente.
“Como advogada repugna-me que alguém com formação jurídica possa referir que 25 anos não é suficiente”, disse a causídica aos jornalistas que a aguardavam no exterior do tribunal.
Nesta senda, Mónica Quintela teceu duras críticas ao sistema de reinserção social português, referindo que na cadeia de Monsanto, onde se encontra detido Pedro Dias, os reclusos “estão presos 22 horas por dia”.
“Não há sequer uma sala de refeições. Os reclusos fazem as refeições nas celas, como animais, não podem, nem no dia de Natal, ir ao refeitório”, disse, sublinhando que “não há sensibilidade por parte da população para os reclusos e para aquilo que é o direito penitenciário e tem que haver, porque faz parte de uma sociedade cada vez mais civilizada e com menor índice de criminalidade”.
“Se alguém estiver preso 25 anos, a sair da cela durante duas, quem é que o sistema prisional vai devolver à sociedade?”, questionou, lançando pesadas críticas ao sistema de reinserção social: “Na pratica não há reinserção social”.
Depois de ouvir as alegações finais da defesa e da acusação, o coletivo de juízes agendou a leitura do acórdão para o próximo dia 8 de março.