Numa declaração enviada à Lusa, Carlos César afirmou que os socialistas estão "evidentemente interessados em conhecer o que o antigo ministro Pinho tem a dizer sobre todo este caso insólito", na sequência do pedido anunciado, no domingo, pelo presidente do PSD, Rui Rio.
Para o líder da bancada socialista, é necessário "escrutinar todas as decisões que ele pessoalmente tomou enquanto foi governante e que se possam relacionar com a situação que lhe é imputada e que ainda não desmentiu".
"Há toda a vantagem em que essa audição seja feita o mais depressa possível", de acordo com a declaração de Carlos César.
O "caso insólito" a que Carlos César se refere foi noticiado, em 19 de abril, pelo jornal 'on-line' Observador, segundo o qual há suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros.
Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a "uma nova sociedade 'offshore' descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises --- também ela uma empresa 'offshore' sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o 'saco azul' do Grupo Espírito Santo".
As transferências, de acordo com o jornal, que cita um despacho de 11 de abril dos procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto consultado pelo Observador nos autos do caso EDP, "terão sido realizadas 'por ordem de Ricardo Salgado' ao 'aqui arguido, ex-ministro da Economia Manuel Pinho'".
No domingo, passados dez dias sobre a divulgação da notícia, o presidente do PSD afirmou que vai pedir a audição do ex-governante.
"O PSD vai tomar a iniciativa de chamar o ex-ministro Manuel Pinho ao parlamento no sentido de ele poder dar, do ponto de vista político, as explicações que ache que deve dar ao país", declarou.