"Podia ser num 10 de Junho, mas não foi". O tweet polémico de Catarina

Catarina Martins entende que o nosso país deve reconhecer a "enorme violência da expansão portuguesa".

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Melissa Lopes
11/06/2018 13:43 ‧ 11/06/2018 por Melissa Lopes

Política

Bloco de Esquerda

A coordenadora do Bloco de Esquerda reagiu aos discursos oficiais do Dia de Portugal celebrado este domingo. Uma reação que está a gerar polémica.

Recorrendo à rede social Twitter, Catarina Martins escreveu: “Virá o dia em que os discursos oficiais serão capazes de reconhecer a enorme violência da expansão portuguesa, a nossa história esclavagista, a responsabilidade no tráfico transatlântico de escravos”.

Rematando, com ironia, desta forma: “Até podia ser num 10 de Junho. Mas ainda não foi hoje [domingo].

O tweet da bloquista está a a motivar debate, intensas críticas e até insultos na rede social.

“Virá o dia em que talvez aprendas que os escravos que Portugal transportou e possuiu não foram de facto escravizados por Portugal, mas sim comprados por Portugal aos reinos africanos que por sua vez escravizavam outros africanos. Enfim, pena que Tarrafal já não exista... “, lê-se num dos muitos comentários onde é visível a discordância face ao que afirmou Catarina Martins. 

"Virá o dia em que a Esquerda reconhecerá os mortos do comunismo, os gulags, a fome na Coreia do Norte, a destruição do outrora país mais rico da América do Sul, a Venezuela, os 50 anos de atraso da nação cubana e os milhares de refugiados cubanos que fugiram para os USA", atira outro internauta. 

Por sua vez, o deputado Duarte Marques comentou: "Uma líder partidária que se envergonha da história do seu país". 

Em defesa da bloquista saiu já Mamadou Ba, ativista do SOS Racismo, para quem o "irra" que o comentário de Catarina Martins suscitou vem, na sua maioria, de um "tenebroso nacionalismo". 

"Este tweet (...) está a suscitar um irra dos diabos de trolls da facho-esfera e não só! Mas o clamor que aí vai, vindo na sua maioria, de um tenebroso nacionalismo não seria tão preocupante não fosse secundado por um envergonhado nacionalismo bacoco que teima em se desfazer do mito da excepção lusitana no que toca ao passado esclavagista e colonial de Portugal. Virá o dia em que tirar do armário da História o esqueleto podre das ignomínias da Escravatura e do Colonialismo seja considerado um acto de necessária catarse histórica e cultural?", escreveu Mamadou Ba no Facebook. 

[Atualizada às 15h40]

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