"2019 é o ano de uma campanha potente, o capital quer que esta legislatura seja um parêntesis para não esquecer, mas que permita voltar à boa e velha alternância. Essa campanha, quando olha para o estado da direita portuguesa, sabe que só uma maioria absoluta do PS pode despejar o Bloco e a libertação do PS. Em 2019, a campanha deste poder, do poder do capital, é a campanha pela maioria absoluta do PS", disse, no segundo de dois dias da XI Convenção do BE, em Lisboa.
O deputado bloquista, referindo-se a várias grupos económicos e poderes fáticos, citou o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, o seu antecessor Francisco Van Zeller ou o "dono do Pingo Doce [grupo Jerónimo Martins], Soares da Costa" para concluir que aqueles protagonistas consideram que "os governos do PS sempre foram melhores para os empresários" e "se [António] Costa tiver maioria absoluta despeja rapidamente BE e PCP, fica sozinho e vai buscar os valores intrínsecos do PS".
"Preparem-se para essa campanha. Eles sabem de onde nós vimos e para onde vamos: conquistar o controlo público de setores estratégicos privatizados, defender a saúde, o ensino, a segurança social pública, travar a invasão destes setores pelo poder do dinheiro e pela lógica do mercado, nacionalizar a banca porque o Estado deve ser dono daquilo que paga, levar a democracia às empresas e todo o mundo do trabalho e combater a precariedade", descreveu.
O dirigente do BE sublinhou que "eles sabem tudo isso" e, portanto, manifestou uma certeza: "alguma coisa andámos a fazer bem nos últimos tempos", como se comprova com o abandono dos conceitos de "partidos de protesto" e "arco da governabilidade".
"Eles olham para esta legislatura e não nos perdoam e alguém vá lá perguntar a esta gente se o Bloco é mesmo um partido igual aos outros. Basta ouvi-los para perceber como se posicionam perante a situação política", tinha alertado antes.