"Damos uma nota muito negativa e temos muitas reservas em relação ao trabalho do Governo", afirmou o deputado, num comentário à mensagem de Natal do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O deputado deu o exemplo da saúde como um dos casos em que mais está por fazer, apesar de ter sido "identificado na campanha eleitoral como um dos principais temas".
"Nós ainda hoje tivemos 11 serviços de urgências encerrados", recordou, considerando que a "maioria dos problemas do SNS continuam por resolver e o Governo não tem dado essa resposta".
No que respeita à "política de segurança e de migrações do governo, temos visto uma cedência retórica à extrema-direita e uma cedência numa política que é cada vez mais securitária", afirmou Paulo Muacho, que criticou também o que considerou um "falhanço do programa do governo 'Mais aulas, Mais sucesso'".
"Temos milhares de alunos que estão sem aulas desde o início do ano", recordou o deputado, que lamentou também a "política de descida de impostos", que "privilegia quem tem mais e quem não precisa desses apoios", e lamentou uma "política de ecologia sem grande plano de ação" para combater as alterações climáticas.
Paulo Muacho criticou também a tentativa de aproveitamento político, por parte de Luís Montenegro, em relação ao "aumento extraordinário de pensões", que "foi feito contra a vontade do governo", que não tem maioria na Assembleia da República.
Hoje, Luís Montenegro defendeu que 2024 foi "um ano de viragem e de mudança" e assegurou que a "nova política de baixar os impostos e valorizar os salários e as pensões" está a ser realizada "com rigor e equilíbrio orçamental".
Na sua primeira mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, Luís Montenegro inclui nas prioridades para o futuro a promoção de uma "imigração regulada" e o combate à criminalidade -- sem ligar os dois temas -, a par do reforço dos serviços de saúde, educação, transportes e da execução do "maior investimento em habitação pública desde os anos 90".
O primeiro-ministro assegurou que Portugal "é um referencial de estabilidade e um país de oportunidades" num "mundo em convulsão" e "numa Europa apreensiva com a estagnação da Alemanha e o défice e o endividamento da França".
Melhorar os transportes públicos e executar "o maior investimento em habitação pública" desde os anos 90 foram outras das promessas, numa mensagem em que também se refere às políticas de imigração e de segurança.
"Vamos promover uma imigração regulada para acolher com dignidade e humanismo aqueles que escolherem viver e trabalhar no nosso país", referiu Montenegro.
Leia Também: 1.ª mensagem de Natal de Montenegro: 2024 foi "ano de viragem"