Luís Marques Mendes pediu, este domingo, a demissão do presidente da Câmara Municipal de Borba, depois do colapso de uma estrada por uma pedreira abaixo ter matado, alegadamente, cinco pessoas.
“Colapsou uma estrada que é municipal, responsabilidade do município. Só o município a pode abrir e só o município a pode fechar. Logo, há aqui uma responsabilidade que deve ser assumida pelo presidente da Câmara Municipal de Borba. Que não assumiu e que já se devia ter demitido. E que deve demitir-se nos próximos dias, assumindo aquilo que é da sua responsabilidade”, disse o antigo líder do PSD no seu espaço de comentário político de domingo, na SIC Notícias.
Para Marques Mendes não há dúvidas que, perante uma tragédia como esta, quem está no topo da hierarquia “tem de assumir responsabilidades”, tal como antigo ministro Jorge Coelho, fez, há uns anos, quando a ponte de Entre-os-Rios caiu. Ou seja, demitir-se.
Além disso, o social-democrata sublinha que, apesar deste aluimento de terras ter feito menos mortos que a queda da ponte, em 2001, o caso é mais grave porque o presidente da Câmara “já tinha sido alertado, há vários anos, para os problemas daquela estrada”.
“O comportamento do presidente da Câmara Municipal de Borba é indesculpável, porque um presidente da câmara que se prese, que tenha sentido de responsabilidade, ao ser chamado a atenção que há um perigo, que há um risco de colapsar uma estrada, a primeira coisa que deve fazer é mandá-la fechar. Mesmo que isso custe alguns votos”, explica.
Já quanto à postura de António Costa, perante a tragédia de Borba, Marques Mendes garante que não está surpreendido.
“Não estranho o silêncio do primeiro-ministro, porque António Costa age mal sempre que estamos com situações desta natureza. O Presidente da República foi logo a Borba e muito bem. António Costa não foi a Borba e devia ter ido. O Presidente da República falou logo que regressou de Borba, no primeiro dia. António Costa só falou no terceiro dia. Até aí escondeu-se atrás dos seus ministros”, disse o comentador, acrescentando que quando falou, o governante fê-lo de “de uma forma muito fria, muito calculista, só com a preocupação de esclarecer que não tinham nada haver com o assunto”.
Em jeito de conclusão, Marques Mendes acusa o primeiro-ministro de se preocupar mais “com a política do que com as pessoas” e deixa um aviso: “A responsabilidade é do Estado, sim! Pode não ser do Estado central, mas o Estado local também é Estado. O Estado deve por isso indemnizar as vítimas destas tragédia”.