O Bloco de Esquerda apresentou, na segunda-feira, um projeto de resolução no qual defende que seja reavaliada a idoneidade do governador do Banco de Portugal que, para os bloquistas, deve ser exonerado do cargo porque “não pode estar acima de escrutínio”.
Nesta senda, o social-democrata António Leitão Amaro deixou claro que “para o PSD não há intocáveis” e sublinhou que “é na Comissão Parlamentar de Inquérito que TODOS os envolvidos na gestão ruinosa da Caixa vão ser escrutinados e eventualmente responsabilizados”.
E nesta senda apontou o dedo ao Bloco de Esquerda quem, considera, “presta mau serviço à Comissão Parlamentar de Inquérito e ao escrutínio público quando antes daquela começar já está a escolher seletivamente um responsável particular (quando há tantos outros - talvez até mais – envolvidos...)”.
“Esperamos que o Bloco não esteja, outra vez, a tentar disfarçar a responsabilidade de alguém”, insinuou em jeito de conclusão.
Esta posição do deputado do PSD surge depois de o Bloco de Esquerda ter pedido a exoneração do cargo de Carlos Costa, considerando que enquanto administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos entre 2004 e 2006, o atual governador do Banco de Portugal “aprovou operações que não cumpriram os pareceres de risco”.
“Quem é que pode neste momento garantir que tem idoneidade e condições para ser governador do Banco de Portugal? Ninguém”, apontou a deputada bloquista Mariana Mortágua para quem um “governador sob suspeita de idoneidade que se escuda no seu estatuto de governador do Banco de Portugal para não ser avaliado, não tem condições para ser governador”.