“Se ficar apenas conhecida pelo trabalho que fiz em matéria de direitos LGBT, sinto-me honrada. Valeu a pena”, escreveu este domingo Isabel Moreira, nas redes sociais, num tom de recapitulação face às notícias da semana que passou.
Recorde-se que a deputada socialista se viu, novamente, alvo de uma mensagem de ódio, pautada pelo preconceito e a homofobia, enviada por um perfil de Facebook que será, alegadamente, do dirigente do CDS Armindo Leite. O episódio resultou numa reação da líder centrista, Assunção Cristas, que não só repudiou o ato como pediu desculpas a Isabel Moreira.
No entender da socialista, esta será mais uma “reação do conservadorismo feroz que quer manter o mundo como está e tem horror à diferença”.
“Somos identificados - também porque nos identificamos por empatia - com ‘a causa’. Podemos, como é o meu caso, trabalhar muito na área da justiça ou da imigração, mas nunca seremos notícia por esse trabalho”, escreve.
“Acontece que se te atreves a defender a comunidade LGBT, o teu trabalho na área laboral, no assédio, na pobreza, nos crimes sexuais, onde [a vítima] seja/é invisível”, escreve a deputada, passa-se “a deputada LGBT”. “Que interessa, por exemplo, o que tenho feito em matéria de estatuto do Ministério Público?”, questiona.
A socialista termina explicando que é agora “muito diferente do que era há 10 anos”, sublinhando que fez “um longo caminho”. “Mas há um longo caminho pela frente. Cá estou”, garante.