O primeiro-ministro começou por lembrar que ainda é cedo para comentar a elevada abstenção, que de acordo com as projeções poderá chegar aos 70%, sublinhando que, nas contas finais, a elevada abstenção poderá não querer dizer menos votantes em relação a 2014.
"Como sabe, este ano temos mais um milhão e cem mil eleitores. Portanto, o aumento técnico da abstenção pode não corresponder a um menor número de votantes. os dados que temos é que em todos os postos consulares que já encerraram, houve um aumento muito significativo da participação", afirmou aos jornalistas, na chegada ao Hotel Altis, em Lisboa.
"Queria saudar isso, porque reforça o nosso vínculo como comunidade nacional". Por outro lado, destacou que "houve uma adesão bastante positiva à experiência do voto eletrónico que teve lugar no distrito de Évora e cerca de 32 dos eleitores aderiram à experiência".
É uma derrota se abstenção se confirmar? "Se esses números forem assim estão mais ou menos em linha com o que aconteceu há cinco anos e que só demonstra o seguinte: não é possível falarmos de Europa só durante o período da campanha eleitoral. Deve ser um motivo de reflexão profunda seguramente para o sistema política, mas também para os diferentes órgãos de comunicação social".
De acordo com o líder socialista, "se há este grau de desinformação, ou de menor interesse, dos cidadãos relativamente à União Europeia, isso também quererá dizer alguma coisa sobre a informação que é divulgada".
"Não é uma questão de culpas. Em primeiro lugar, é uma questão de decisão de quem votou e não votou. A repetição ano após ano da ideia de que as decisões são tomadas em Bruxelas sem a participação de cada país, de cada Governo e de cada cidadão cria naturalmente um grande afastamento por parte dos eleitores relativamente aos processos europeus", justificou.
De acordo com as projeções televisivas, a abstenção nestas eleições Europeias apontam para que possa ficar entre 65 %e 70,5%.
A sondagem da RTP/Universidade Católica aponta para uma taxa de abstenção entre 65% e 70%. A projeção da SIC situa a taxa de abstenção entre 66,5% e 70,5%, num estudo realizado pelo ICS/ISCTE/GFK/Metris.
Segundo a Eurosondagem, a taxa de abstenção ficará entre os 66% e os 69,8.