"Esta é sobretudo a vitória do primeiro-ministro, é sobretudo a vitória de António Costa, apesar do erro de 'casting' na escolha do seu cabeça de lista", salientou o antigo dirigente dos sociais-democratas, acrescentando que o PS também "consegue não ser penalizado".
Marques Mendes, que comentava as eleições europeias na SIC, considerou que os socialistas conseguem "ter uma vitória com alguma distância significativa em relação ao que fica em segundo lugar [PSD]".
O também comentador referiu que "o PS tem uma vitória tranquila", mas que "não é uma vitória retumbante", apesar de ser "acima do 'poucochinho' de há cinco anos".
No entender do antigo líder do PSD, "há um antes e um depois da crise dos professores" que "beneficiou claramente" o PS nas eleições europeias, mas que terá prejudicado os sociais-democratas e CDS-PP.
Direita? "É um resultado um pouco chocante"
Marques Mendes defendeu que a direita sofreu uma "derrota histórica", qualificando de "um pouco chocante" o resultado do seu partido, que parte para as legislativas "em circunstâncias muito mais difíceis".
"Isto para o PSD, para o CDS, é uma derrota pesadíssima, uma derrota histórica", disse Luís Marques Mendes na SIC, salientando que ambos os partidos "devem refletir a sério, refletir na sua mensagem, nas suas ideias, nos seus programas, na forma como os transmitem, porque é um resultado muito mau, é um resultado um pouco chocante".
Para o antigo líder do PSD, os próximos meses vão ser "muito difíceis" para o atual presidente do partido, Rui Rio, com "alguma contestação, algum ruído", ressalvando, contudo, que "não deve haver uma crise de liderança".
"Primeiro, porque não há tempo para mudar de líder, em segundo lugar, os líderes devem ser julgados em eleições legislativas", afirmou, considerando que "o PSD parte para estas eleições legislativas em circunstâncias muito mais difíceis".
Marques Mendes sublinhou que "o PSD, desde que concorre sozinho a eleições europeias, nunca tinha tido um resultado abaixo de 30%, com exceção de momentos em que teve em duas coligações", sendo que "sozinho, teve sempre acima de 30%, e agora sozinho tem 22%".
O antigo líder social-democrata reconheceu dignidade na forma como, tanto o cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, como o cabeça de lista do CDS-PP, Nuno Melo, assumiram a derrota, e insistiu no argumento segundo o qual há "uma alteração significativa a partir do momento em que houve a chamada crise dos professores", que penalizou aqueles dois partidos.
[Notícia atualizada às 8h00 de dia 27/05/2019]