"Claro que tenho condições para levar o partido a um bom resultado (...). Estamos a falar de alguém que anda há 61 anos na vida pública. Eu não abandono, eu assumo as minhas responsabilidades", afirmou, em declarações dos jornalistas, dizendo que "só se estivesse completamente farto" é que aproveitava este resultado para deixar a liderança do PSD.
A meta do partido para as legislativas, reiterou, "é ganhar as eleições, como é lógico".
Sobre as consequências do resultado das europeias para as legislativas de outubro, Rio defendeu que são "eleições completamente diferentes" e que a taxa de abstenção próxima dos 70% dificulta qualquer leitura.
Questionado se não teme nova onda de contestação interna, Rio disse esperar que tal não aconteça.
"Se vou ter o partido comigo? Eu acredito que sim, mas não sou eu que determino isso. Se já foi difícil andar um ano com turbulência interna e chegar a eleições assim, como não será chegar a outubro se decidirem fazer a mesma coisa", avisou, com as suas respostas sempre aplaudidas pela sala, com gritos de "Rio vai em frente tens aqui a tua gente".
Quanto aos objetivos para estas eleições, Rio admitiu que não foram conseguidos.
"Não atingimos os objetivos pretendidos nesta eleição. Não vale a pena estar com floreados a tentar ler números onde eles não existem", afirmou, defendendo que "o primeiro passo para amanhã as coisas correrem melhor, é reconhecer os erros de hoje".
Questionado sobre de quem é a responsabilidade por esta derrota, Rio atribuiu-a, em primeiro lugar, "ao PSD como um todo". "A responsabilidade é do PSD como um todo. O doutor Paulo Rangel, como cabeça de lista, teve um pouco mais e eu também porque sou líder do partido", afirmou.
O presidente do PSD recordou que os objetivos traçados passavam por vencer as eleições ou, pelo menos, subir "o suficiente" para eleger mais um eurodeputado em relação aos seis de 2014.
"Poderíamos ter estabelecido um terceiro que era apenas subir, não o estabelecemos porque seria fraco", justificou.
Rui Rio -- que tem dito que em 2014 o resultado do PSD terá ficado entre os 19 e os 20%, uma vez que em coligação com o CDS-PP foi de 27,7% - considerou que os resultados provisórios indicam que o PSD subiu.
"Subimos, mas pouco, não conseguimos aumentar eurodeputados, não atingimos os objetivos pretendidos nesta eleição", disse.
No entanto, apesar de a taxa de abstenção elevada, Rio considerou que há uma leitura que é possível fazer.
"Ou o PSD chega a outubro em condições de ser uma alternativa ao PS ou não há uma alternativa ao PS, só o PSD pode ser alternativa ao PS", disse, considerando que os portugueses precisam de escolher entre "um projeto claramente à esquerda" e outro "ao centro com ligações à direita".
"É a partir deste ato eleitoral que devemos apreender para fazer melhor daqui a quatro meses", afirmou.
Rio deixou um agradecimento especial ao cabeça de lista Paulo Rangel e ao sétimo candidato, Carlos Coelho, que deverá ficar fora do Parlamento Europeu, com os resultados provisórios a apontarem para a manutenção de seis eurodeputados sociais-democratas.
Questionado se parte da derrota pode ser atribuída ao ex-líder parlamentar Luís Montenegro, que em janeiro desafiou a sua liderança, Rio escusou-se a mencionar o nome de quem "foi seu adversário".
"Pareceria que estava a sacudir a água do capote. O líder do partido hoje que não ganhámos as eleições sou eu", afirmou, acrescentando que nos próximos dias o partido irá analisar "ponderadamente" e sem ser "na praça pública" estes resultados.