BE faz apelo para que Portugal abra portas a barco com 43 migrantes

A coordenadora do Bloco de Esquerda fala em situação humanitária de emergência. A bordo do Sea Watch estão 43 refugiados salvos no Mediterrâneo.

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Melissa Lopes
20/06/2019 11:45 ‧ 20/06/2019 por Melissa Lopes

Política

Refugiados

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, apelou esta quinta-feira a que Portugal abra portas ao Sea Watch, o barco com 43 refugiados a bordo que foram salvos no Mediterrâneo, e que está neste momento sem porto onde acostar.

Falando aos jornalistas a propósito do dia mundial do Refugiado, a líder bloquista disse tratar-se de uma “situação humanitária de emergência”, defendendo que o país “seguramente tem condições para valer a estas pessoas”.

“Neste momento, há um barco no Mediterrâneo, o Sea Watch, com 43 refugiados a bordo, que salvou da morte por afogamento. E este barco não tem nenhum porto onde acostar porque a Itália lhe fechou todas as portas e os outros países também não estão a querer o acolhimento. Julgo que Portugal podia dar esse sinal e oferecer-se para que o Sea Watch possa parar num porto português”, disse Catarina Martins.

A bloquista sublinhou que a Itália tem vindo a mudar a sua política, não permitindo que os barcos parem e que os outros países europeus, “por retaliação contra a Itália, também não permitem para que o governo italiano seja obrigado a permitir”.

Para Catarina Martins, “é preciso uma condenação muito forte à atuação do governo italiano”, mas destacou que é “absurda” a situação de, entretanto, estarem pessoas no meio do mar sem terem para onde ir.

“Essa condenação não pode impedir aos outros países europeus de valerem a quem está no mar” (...) não podem ficar de braços cruzados”, completou, recordando que o Bloco de Esquerda fez o mesmo apelo aquando da situação do Aquarius. 

Ainda sobre o tema do dia, Catarina Martins defendeu que "um país  que se quer generoso com quem não tem nada, precisa de repensar os próprios mecanismos para que a integração possa correr bem".  "Para que o acolhimento possa ser um acolhimento com o que é preciso ter. E nós sabemos que o nosso país pode fazer melhor", concretizou, sustentando que 18 meses "é muito pouco tempo" para "quem chega cá com todas as mazelas e o sofrimento de uma travessia que é terrível, a fugir da guerra, do desastre" possa  aprender a língua, recompor a vida e integrar-se.

 

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