Em comunicado, o cabeça de lista do PSD por Faro referiu que este pode ser o "primeiro passo para a perda de rotas", lembrando que a região "persiste na dependência de dois ou três operadores de grande dimensão" que, quando "viram costas" provocam "verdadeiros terramotos económicos e sociais".
Cristóvão Norte recorda que a base abriu em 2010 "por recurso a um programa que desembolsou fundos do Estado", frisando que, embora os governos não possam controlar estas decisões, "deveriam promover uma economia mais diversificada, com outros setores com força na região", para "suportar choques desta natureza".
No dia 1 de Agosto, a Ryanair admitiu que poderá despedir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine, devido ao impacto do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), ao aumento do preço dos combustíveis e ao atraso na entrega dos aviões Boeing 737 Max.
O deputado algarvio sublinha que "há mais de três anos que o Brexit está no radar", e que "muito pouco se fez", sendo necessário aproveitar "a oportunidade para transformar uma economia baseada num setor importante, mas que não pode ser o único a puxar a região".
"Se o Brexit vier a ter lugar, pode culminar na perda de muitas rotas do mercado britânico em razão da perda de valor da libra", apontou, notando que é também preciso "conhecer em detalhe os acordos celebrados entre o Estado e a empresa para verificar se alguma cláusula não está a ser cumprida".
Por outro lado, acrescenta, é preciso garantir que "a legislação laboral é cumprida", de modo a que os funcionários "sejam o menos prejudicados possível".
Na terça-feira, a Ryanair comunicou, em Faro, que vai encerrar a base naquele aeroporto em janeiro de 2020 e despedir cerca de 100 trabalhadores, embora mantenha os voos, revelou à Lusa a presidente do sindicato dos tripulantes.
Na segunda-feira, Michael O'Leary informou que o lucro da transportadora aérea caiu 21% no primeiro semestre do exercício fiscal, para 243 milhões de euros, face a idêntico período do ano fiscal anterior.