"Enquanto eu for líder o PSD não participa em circos"

Rui Rio acusa o Governo de promover a greve para ganhar "popularidade" antes das eleições, mas assume que, agora sim, o Executivo está "no caminho certo".

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Natacha Nunes Costa
16/08/2019 18:28 ‧ 16/08/2019 por Natacha Nunes Costa

Política

Rui Rio

Depois de vários dias em silêncio, Rui Rio voltou a aparecer publicamente e a reagir à greve dos motoristas que afeta há cinco dias o país.

Num discurso inflamado, o presidente do PSD acusou o Governo de utilizar esta greve para ganhar "popularidade" e promover o eleitoralismo, montando "um circo mediático" à semelhança do que fez na altura das eleições Europeias, "aquando do drama que foi montado sobre o dossier dos professores".

"O Governo quis criar o clima adequado para tomar medidas punitivas tentando demonstrar que é forte, que mete os grevistas na ordem e salva os portugueses de um caos que ele próprio criou no imaginário dos portugueses [...]. O Governo estava a gerir este dossiê mais preocupado com a popularidade nas eleições e não tanto para resolver o real problema", afirmou.

Um "espetáculo" que, garantiu Rui Rio, o PSD não entra. "O PSD não participou no circo e o PSD, pelo menos enquanto eu for líder, não participa em circos. Não estou aqui para o espetáculo. Estou aqui para resolver os problemas do país, de forma frontal e sem habilidades políticas", disse.

Apesar das críticas e do "filme" que social-democrata acusa o Executivo de ter criado, Rui Rio admite que o Governo está agora "a caminhar pelo caminho certo", caminho esse que o PSD já tinha defendido antes do início da greve dos motoristas.

"Chegados aqui, o PSD apela à boa fé de ambas as partes, quer dos sindicatos, quer da entidade patronal e apela à isenção do Governo para que possa ser um árbitro a sério", afirmou, acrescentando que, se o Executivo "não estiver apto", deve entregar a pasta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Rio reage a críticas internas que o acusam de estar 'em serviços mínimos'

Rui Rio tem sido, nos últimos dias, criticado, até internamente dentro do PSD, por não ter falado publicamente da greve dos motoristas. Depois do discurso, desta sexta-feira, os jornalistas tiveram tempo para perguntas e focaram, no início, as suas atenções nesta questão.

O presidente laranja desvalorizou a questão e recordou que o PSD reagiu de várias formas. Primeiro através de um comunicado enviado às redações, depois através de um tweet, escrito por ele próprio e, por último, após o terceiro dia de greve, através de uma conferência de imprensa dada pelo vice-presidente do partido. 

Com a persistência das acusações, Rui Rio disse que se a crítica é de não aparecer a toda hora "no telejornal, nas televisões e com a cabeça no ecrã", aceita-a "porque estão em planos distintos".

"Não estou aqui para isso, não estou para o circo. Estou na política há muitos anos e as pessoas já sabem. Não estou para o circo. Este é o meu estilo. Fomos tomando posição de forma cadenciada, não andamos como tontos, permanentemente, a opinar sobre tudo e mais alguma coisa", esclareceu.

Leia Também: "O PSD se fosse Governo teria forçado um entendimento" antes da greve

 

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