André Silva acusa PSD, CDS e PCP de "conservadorismo" que trava a mudança

O porta-voz do PAN, André Silva, afirmou hoje que Portugal poderia estar "mais à frente, não fosse a força do travão do conservadorismo ideológico" de PCP, PSD e CDS-PP.

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Lusa
03/10/2019 22:23 ‧ 03/10/2019 por Lusa

Política

Eleições

 

O país "poderia estar mais à frente, não fosse a força do travão do conservadorismo ideológico" do PCPPSD e CDS-PP, disse André Silva, que discursava no único comício do PAN nesta campanha, em Palmela, acusando o partido de Assunção Cristas de ser "dos partidos mais perigosos e extremistas".

As críticas de André Silva também não pouparam o Bloco de Esquerda - que acusou de fazer "ginástica suficiente para correr na pista da direita" - e o Partido Socialista, vincando que o PAN "nunca aceitará viabilizar" um Governo que queira explorar petróleo, que decida construir aeroportos antes de fazer avaliação de impacto ambiental, que não apresente medidas sérias de combate à corrupção, ou que continue a ter "vergonha da agricultura biológica".

Referindo que o PAN foi o partido que "mais sofreu campanhas de 'bullying' e desinformação mediática", André Silva vincou que todos os partidos com assento parlamentar "não têm sido capazes de ler o momento" que se vive e de oferecer "respostas aos desafios" do tempo.

Para o porta-voz do PAN, o problema não se pode resumir "em ser-se de esquerda ou de direita", considerando que a ideologia traduz-se "em políticas insuficientes e castra a evolução".

"A ideologia desilude por não acompanhar uma sociedade em permanente movimento", acrescentou.

Concretizando sobre cada um dos partidos, André Silva afirmou que "o CDS é um partido que ataca e humilha as mulheres", no que toca ao aborto, no campo da identidade de género e orientação sexual, é um partido que nega ver reconhecidos direitos a pessoas "que não encaixam nos seus critérios marialvas" e, em relação às touradas, pararam "no tempo".

"A violência das políticas do CDS entrou inclusivamente dentro da casa das pessoas", através da lei que "levou à liberalização dos despejos", notou o cabeça de lista do PAN por Lisboa, salientando que Assunção Cristas "diz que põe as pessoas no centro das preocupações, mas acaba por metê-las no meio da rua".

Já sobre o PSD, o porta-voz do PAN criticou Rui Rio por atacar os jornalistas, por falta de seriedade no caso da falsificação de assinaturas de deputados na Assembleia da República e pelo "deserto" que é a visão dos sociais democratas em relação ao combate às alterações climáticas.

"Alguém que diga ao doutor Rui Rio que o principal desafio das nossas vidas não se resolve a mudar a caldeira", sugeriu.

Em relação aos comunistas, André Silva considerou que, em matéria ambiental, são "uma verdadeira desilusão", acusando ainda o PCP de apoiar "o baronato da caça, matilheirosmonteiroscriadeiros e demais agressores da vida animal".

Nesse campo, referiu, "o PCP parece o irmão gémeo do CDS, de quem foi separado à nascença".

As críticas chegaram também ao Bloco de Esquerda, em jeito de resposta ao facto de Catarina Martins ter dito que não se ser de esquerda nem de direita não existe, com André Silva a afirmar que os bloquistas suportaram a política económica de Mário Centeno, um governante "que até Rui Rio gostaria de ter como ministro".

"Imagino que será fácil para o Partido Socialista levar o Bloco de Esquerda para o Governo, um partido tão ideologicamente marcado à esquerda mas com ginástica suficiente para correr na pista da direita", asseverou.

No discurso, o PS foi o último alvo, com o PAN a estabelecer várias ?linhas vermelhas', ao mesmo tempo que tecia críticas às posições socialistas nos últimos anos, como a exploração de petróleo no país, a construção do aeroporto do Montijo, a não compensação de quem trabalha à noite ou por turnos ou a ausência de políticas de prevenção da doença na área da saúde.

Para André Silva, o PAN não precisa "de se auto-catalogar à esquerda ou à direita para saber o que quer e o que não quer".

"O nosso caminho é firme na rejeição das desigualdades e injustiças sociais, do esgotamento dos ecossistemas e do utilitarismo das outras formas de vida", defendeu.

André Silva falava no comício do PAN, em Palmela, num jantar que foi exclusivamente vegan, biológico e quase todo ele feito com produtos locais, criados num raio de 50 quilómetros do local do evento.

No comício, participaram cerca de 150 militantes e simpatizantes do partido, que em 2015 elegeu o seu primeiro deputado.

 Leia Também: PS e PAN "convergem" em muita coisa. "A divergência começa no exagero"

 

 

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