"Há razões para ficar satisfeitos por não se verificar aquilo que andavam desenhando no princípio da pré-campanha, que era um hecatombe da votação do PSD", afirmou o dirigente aos jornalistas no hotel onde os sociais-democratas estão reunidos para acompanhar a noite eleitoral, em Lisboa.
Por isso, o núcleo duro que está reunido com o presidente do partido nos andares superiores do hotel está "bastante tranquilo", confessou.
Na ótica do vice-presidente, "por muito que o PSD tenha conseguido uma recuperação notável, não é uma recuperação do PSD, é uma recuperação do dr. Rui Rio".
Morais Sarmento advogou que "quem consegue esta diferença de votação do que era expectável no início versus o resultado final é o dr. Rui Rio", devido ao seu "posicionamento e à prestação" que teve durante a campanha eleitoral, na qual não marcou presença.
Assim, e questionado sobre o futuro da liderança do partido, o social-democrata referiu que "o PSD terá um congresso proximamente, por isso não é preciso congresso extraordinário nenhum no caso do PSD", ao contrário do que acontecerá no CDS-PP.
"Não há nenhuma razão para ler os resultados de forma diferente daquela que estamos a referir até agora", salientou, notando que "os resultados conhecidos mostram que os pequenos partidos à direita tiveram maior efeito sobre a votação do CDS do que sobre a votação do PSD, é o CDS que se ressente dessa subida dos pequenos partidos".
Numa leitura geral da noite eleitoral, o social-democrata entende que "mantém-se uma tendência de bipolarização, os dois grandes partidos aguentam as rotações", e salienta que "quem ganha as eleições é sobre o Partido Socialista, é bom dizê-lo".
"Se há uma vitória do PS, significa que não há uma vitória de nenhum dos outros partidos em termos absolutos", notou, rejeitando também "uma derrota histórica" do seu partido.
Aos jornalistas, Nuno Morais Sarmento advogou também que "é a subida do PSD que mais contribui para a impossibilidade de qualquer maioria absoluta do Partido Socialista".
"Aquilo que mais afasta o PS de uma hipótese de maioria absoluta é a votação reforçada do PSD, reforçada olhando aquelas que eram as expectativas no início da campanha, e que eram oito ou nove pontos abaixo daquele que é o resultado que o PSD obtém", salientou.
Questionado sobre possíveis acordos entre PS e PSD, Morais Sarmento respondeu que "admitir a coligação aqui, ali ou acolá não é uma decisão" que lhe caiba.