"Não há lugar para extrema-direita no parlamento português", gritou Joacine Katar Moreira no púlpito montado na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa, após confirmar que tinha garantido a eleição.
A eleição de Joacine Katar Moreira à Assembleia da República foi confirmada às 00:25 de segunda-feira.
No início da noite, o fundador do Livre Rui Tavares congratulou-se com a possibilidade de o partido eleger deputados, mas manifestou-se preocupado com a hipótese de a extrema-direita chegar à Assembleia da República, apelando a um "exame de consciência".
A deputada eleita pelo círculo de Lisboa adiantou que o Livre "será a esquerda verde no parlamento português".
"[Seremos] a esquerda ecológica que defenderá um novo pacto verde necessário para proteger o planeta, para deixarmos aos nossos e às nossas um mundo melhor", reforçou.
Joacine Moreira também garantiu que o Livre vai será "a esquerda feminista radical".
Num curto discurso, de cerca de cinco minutos, a cabeça de lista por Lisboa afirmou que o partido está ansioso com a nova etapa, agradecendo a "confiança dos portugueses".
"Estamos ansiosos, sedentos", exclamou Joacine Moreira, garantindo que o Livre será também "uma voz desconfortável" e que não chegou ao parlamento "para confortar ninguém, nem maiorias, nem minorias".
Perante cerca de 100 pessoas, a deputada eleita considerou que a noite de vitória "não é dia de discurso", mas, sim, "de revolução, de dançar".
No fim da noite, Joacine Katar Moreira respondeu ao secretário-geral do PS, António Costa, após este ter dito que estava disponível em fazer acordos com o Livre.
"Primeiro, ele [António Costa] que esclareça o que quer efetivamente. Numa altura destas, aqui, não somos nós que necessitamos de dar resposta a isso, nós incentivamos que aqueles partidos [Bloco de Esquerda e CDU] que se uniram antes que façam um esforço enorme de entendimento", concluiu, em declarações à imprensa.