No fim de um dia de reuniões com os parceiros sociais, já depois de ter reunido ontem com todos os partidos de Esquerda, António Costa reúne com a Comissão Política do PS num encontro que decorre, na noite desta quinta-feira, na sede do partido no Largo do Rato, em Lisboa.
À entrada para o edifício, o primeiro-ministro indigitado foi abordado pelos jornalistas que o aguardavam e que aproveitaram para colocar diversas questões.
Uma das perguntas dizia respeito àquelas que são as expetativas do Chefe do Executivo para os próximos quatro anos, comparativamente à primeira legislatura. “Só no final dos próximos quatro anos poderei comparar com estes. Partimos para estes quatro anos com um PS claramente reforçado e com melhores condições de governação do que as que tínhamos há quatro anos”, disse.
A respeito dos dados divulgados hoje e que dão conta de um “otimismo” do Conselho de Finanças Públicas, que aponta para que já este ano Portugal deixe de ter défice para ter um excedente orçamental de 0,1%, o primeiro-ministro mostrou-se satisfeito, mas cauteloso.
“Eu sempre me interroguei quando seria o momento em que veríamos o Conselho de Finanças Públicas e o senhor governador a serem mais otimistas do que o Governo. Esse dia chegou hoje, mas nós mantemos a nossa previsão”, referiu.
E a propósito de números, António Costa foi questionado se será Mário Centeno a entregar o primeiro Orçamento do Estado do novo governo. A resposta foi curta: “Não vou estar, com certeza, a formar governo aqui no meio do passeio”.
Interrogado se o PS já tem alguma estimativa sobre o custo global das medidas que o Bloco de Esquerda coloca como condições para celebrar um acordo escrito de legislatura, António Costa preferiu destacar que está em curso "um diálogo com as diferentes forças políticas" de Esquerda e com o PAN.
Acho que a mensagem que todas deram foi muito clara sobre a existência de condições para a formação do Governo e para o seu início em funções. Há uma vontade do conjunto destas forças políticas para dialogarmos permanentemente ao longo da legislatura, tendo em vista encontrar soluções e proceder-se à avaliação prévia de orçamentos e de outros documentos considerados de política fundamental
No caso concreto do Bloco de Esquerda, segundo António Costa, os socialistas estão ainda "a avaliar as diferentes condições" que lhe foram colocadas.
"O próprio Bloco de Esquerda enunciou diversas formas de colaboração: uma com documento escrito e outra sem documento escrito. É um diálogo que em primeiro lugar, naturalmente, teremos com o Bloco de Esquerda", disse.