"A única coisa que o CDS disse na conferência de líderes anterior foi que, por uma questão de funcionamento do grupo e até de recato do grupo, dos deputados do grupo poderem falar entre si, nós somos o único grupo que temos um deputado que não é do grupo dentro do nosso espaço. Não acontece com mais nenhum", esclareceu o deputado centrista Telmo Correia, à saída da conferência de líderes de hoje.
Segundo o deputado do CDS-PP, "não é uma questão política, é uma questão prática", lembrando que "naqueles lugares, para um deputado entrar pelo lado de fora, tem de pedir ao deputado que está sentado para sair".
"Por experiência própria, porque aqueles lugares já eram nossos na legislatura anterior, o acesso à segunda fila é um acesso muito estreito, tem uma passagem muito difícil. Não se trata de nós estarmos incomodados com ninguém, nem a questão sequer é uma questão política", assegurou.
Assim, segundo Telmo Correia, "para os deputados do CDS chegarem aos seus lugares vão ter que pedir a um deputado de outro partido que saia do seu lugar para os deixar passar".
"Ora, é um bocadinho desagradável termos de estar permanentemente a pedir a um outro deputado de um outro partido que não é o nosso para, passo a expressão, se chegar para lá - não é nenhum trocadilho - até porque o deputado pode cansar-se e dizer 'olhe, basta, chega'", disse.
Esta situação, na perspetiva do deputado do CDS-PP, seria desagradável para os centristas e para o deputado desse partido, "fosse qual fosse o partido", não havendo "aqui nenhuma leitura política nessa questão".
A futura conferência de líderes "poderá rever" esta questão uma vez que a distribuição decidida foi apenas para a primeira sessão plenária da XIV legislatura.
Na semana passada, a conferência de líderes decidiu que para esta primeira sessão a deputada do Livre vai sentar-se entre PCP e PS, o deputado da Iniciativa Liberal entre PSD e CDS-PP e o deputado do Chega o mais à direita, todos na segunda fila.