"Tenho intenção, vencendo as eleições [internas], de tornar público esse desafio no próprio momento da Convenção e, portanto, desafio todos os membros da IL a inscreverem-se na Convenção, a participarem, a votarem, mas também a assistirem ao vivo a esse momento em que esse desafio será tornado público", afirmou Rui Rocha em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
A Convenção Nacional da Iniciativa Liberal (IL) realiza-se em 01 e 02 de fevereiro no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, e concorrem à liderança do partido Rui Rocha e Rui Malheiro, do movimento "Unidos pelo Liberalismo".
Questionado se já fez esse desafio a alguma personalidade do partido, Rui Rocha respondeu: "O desafio já foi feito, já foi aceite, com a energia e o entusiasmo que eu esperava da pessoa em causa".
"Mas só tornarei público esse desafio na Convenção. Vencendo as eleições, como espero que aconteça, terei legitimidade para tornar público esse desafio e para dizer à IL e aos portugueses que há uma pessoa, membro da IL, que assume esse desafio e que quer trazer essa visão liberal ao país, também na eleição presidencial", referiu.
Interrogado se a pessoa em causa é um deputado da IL, Rui Rocha não quis comentar, salientando que já excluiu que ele próprio e o eurodeputado João Cotrim Figueiredo serão candidatos e não pode estar "sistematicamente a excluir atributos ou pessoas".
Já se a personalidade em questão é jovem, Rocha respondeu que "será sobretudo jovem na frescura das suas ideias, independentemente das questões da idade, que são menos relevantes".
Este domingo, em declarações aos jornalistas antes de apresentar a sua moção de estratégia global e os membros que integram a sua lista para a Comissão Executiva da IL, Rui Rocha anunciou que o partido vai apresentar o apoio a um candidato presidencial próprio "nas próximas semanas" e indicou que o anúncio depende apenas "do momento certo".
"Eu entendo que a Iniciativa Liberal tem uma obrigação que é apresentar uma alternativa e uma solução para as presidenciais também, que defenda as liberdades, que defenda rigor e exigência nas instituições, e defenda também uma visão reformista de Portugal e do Estado", referiu Rui Rocha na altura.
Nestas declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rocha foi ainda questionado sobre quando é que o partido vai decidir a sua posição relativamente a eventuais coligações pré-eleitorais nas autárquicas, e em particular para a Câmara Municipal de Lisboa.
Na resposta, Rui Rocha referiu que a IL está atualmente em período de eleições internas e indicou que só depois de ser escolhido o próximo líder, em fevereiro, é que o partido estará em condições de tomar decisões sobre essa matéria.
Rui Rocha criticou ainda a escolha do PS para a Câmara Municipal de Lisboa, considerando que Alexandra Leitão "é uma má candidata e não tem condições para transportar Lisboa para o futuro que Lisboa merece".
O líder da IL abordou ainda o projeto de resolução hoje apresentado pelo partido, no qual recomenda que o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) passe a divulgar a nacionalidade, o género e a idade dos criminosos e das vítimas.
Segundo Rui Rocha, isso seria "muito importante também para proteger as minorias", porque hoje, sem dados, há "quem faça imputações coletivas de culpa, o que significa que todos os que pertencem a um determinado grupo minoritário acabam por ser culpados de coisas que nunca fizeram, nunca sonharam ou pensaram em fazer".
"Nós, como sociedade, temos de fazer melhor do que isto. Temos de falar com dados", defendeu.
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