Questionado pelos jornalistas no intervalo para almoço do debate do programa do Governo no parlamento sobre esta medida prevista pelo executivo, o presidente do PSD lembrou que o seu partido defendia que o SMN se deveria fixar acima dos 700 euros no final da legislatura, mas "não ia tão longe".
"Se a projeções económicas derem os ganhos de produtividade e inflação que estão projetados, 750 euros é um bocado arrojado. Mas, se em sede de concertação social as partes todas se entenderem, por mim tudo bem", afirmou.
O líder do PSD considerou que seria "naturalmente bom" se existisse esse aumento, dizendo que mesmo 750 euros "é pouco dinheiro", mas alertou que se tal originar desemprego "é pior".
Aos jornalistas, Rio desvalorizou algumas críticas duras que lhe foram feitas no arranque do debate, quer pelo primeiro-ministro António Costa - que disse que o líder do PSD estava no parlamento a estagiar para comentador televisivo - quer do PS, com a líder parlamentar Ana Catarina Mendes a acusá-lo de ter um discurso demagógico e populista.
"Podem dizer o que quiserem, o Carnaval é só uma vez, mas podem dizer o que quiserem. Não há aqui populismo nenhum", defendeu.
O líder do PSD salientou, por outro lado, que o primeiro-ministro não apresentou qualquer justificação para a crítica que lhe fez de "ter o governo maior e mais caro da história de Portugal".
"Pensei que me ia dizer que era maior e mais caro, mas tinha esta ou aquela vantagem, não disse", lamentou, acrescentando que Costa também não respondeu se Mário Centeno vai permanecer no Governo, tirando a ilação de que o ministro das Finanças "está a prazo".
Rio considerou ainda insatisfatórias as explicações de António Costa sobre as dúvidas que têm sido levantadas quanto à concessão da exploração de lítio e prometeu que a sua bancada vai insistir no assunto, embora afastando, para já, o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito.
"Vamos fazer umas audições parlamentares, seguramente do secretário de Estado da Energia, mas não só", disse, esclarecendo que esses pedidos darão entrada após a instalação das comissões parlamentares, previsivelmente na próxima semana.
O líder do PSD rejeitou também estar a fazer qualquer "julgamentos de tabacaria" com este caso, como foi acusado pelo primeiro-ministro.
"Nós estamos no plenário da Assembleia da República e a notícia existe, temos de a abordar e clarificar. Se fosse considerado julgamento de tabacaria, os deputados não podiam abrir a boca, estamos no debate político", disse.
Rui Rio informou ainda que fará a intervenção de fundo do PSD no encerramento do debate, na quinta-feira.