Montenegro já formalizou candidatura. À saída, ferroadas à Esquerda

O candidato à liderança do PSD acusou o Governo de ser o "mais insensível de que há memória do ponto de vista social", o que representa, a seu ver, "uma ironia da história", já que se trata do Governo "mais à Esquerda do pós 25 de Abril". O objetivo máximo de Montenegro é construir um projeto alternativo para governar o país "não só em tempos de emergência".

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Melissa Lopes
30/12/2019 11:35 ‧ 30/12/2019 por Melissa Lopes

Política

PSD

Luís Montenegro, que entregou esta segunda-feira a candidatura à liderança do PSD na sede do partido, disse estar "muito confiante" para o dia 11, dia das eleições diretas, acreditando que vai vencer à primeira volta. E aproveitou para lançar críticas ao Governo "mais à Esquerda do pós 25 de Abril", defendendo ser o PSD a "força política forte" capaz de contrariar o que considera ser "uma ironia da história". 

"Tive a honra e o privilégio de acabar de apresentar agora a nossa candidatura com a nossa moção de estratégia global ao lado da mandatária nacional e da primeira subscritora da candidatura, duas jovens militantes do PSD, de duas gerações ligeiramente diferentes, mas que representam muito daquilo que é a nossa visão para o partido e para o país",  afirmou aos jornalistas, depois de ter formalizado a candidatura na sede nacional do partido. 

O candidato a líder do PSD explicou que tem "uma visão de solidariedade intergeracional, uma visão de força, de capacidade de realização, de tornar-mos a dar aos portugueses, uma alternativa política que possa ser corporizada por um projeto reformista, sempre inconformista também". 

Sublinhou ainda que a sua candidatura representa "um projeto de transformação da sociedade portuguesa com vista a darmos mais bem estar aos nossos concidadãos, às nossas estruturas socio-económicas de  maneira a termos um ciclo de crescimento maior e mais intenso do que aquele que temos tido nos últimos anos". Crescimento esse que, no entender do social-democrata, tem sido "claramente insuficiente para as necessidades do país". 

Luís Montenegro criticou o Estado que cada vez mais cobra impostos às pessoas e às empresas. "Um Estado a prestar serviços sociais cada vez mais insuficientes, que deixam muitos portugueses à porta dos hospitais, à porta das escolas, muitas vezes, sem acesso a transportes públicos condignos, sem capacidade de mobilidade, sem acesso a uma habitação condigna e perto dos seus locais de trabalho", continuou. 

O antigo líder da bancada parlamentar laranja acusou ainda o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda de  "depauperaram completamente" o Estado Social, o que representa "uma ironia da história". "O Governo mais Esquerda do pós 25 de Abril é o Governo mais insensível do ponto de vista social de que há memória em Portugal. É uma ironia da história que só uma força política forte pode contrariar. E essa força política forte é o PSD", defendeu. 

Se for eleito para comandar os destinos do PSD, Montenegro promete que o "país vai contar com uma alternativa política". "O PS tem parceiros para governar que se chamam PCP, Bloco de Esquerda, e agora também, PAN e Livre. Foi uma escolha voluntária do PS, que preferiu governar casado com os partidos da Esquerda. Já o fez há quatro anos e renovou agora", frisou o social-democrata, vincando que "não vale a pena enganar os portugueses".

Isto é, com Montenegro na liderança, o PSD não será "parceiro do PS". "Estamos aqui para substituir o PS. Queremos vencer as eleições ao PS e queremos ter a nossa maioria parlamentar para darmos a Portugal um ciclo de transformação e crescimento como já não temos desde a década da governação de Cavaco Silva", reforçou, fixando o objetivo de governar o país "não só em tempos de emergência". 

O candidato afirmou ainda ter uma "forte expectativa" de que as eleições diretas se vão resolver na primeira volta, disse estar "muito próximo da militância" e lamentou que o universo de eleitores seja tão reduzido. "Espero que daqui a dois anos, quando apresentar a minha reeleição como candidato a presidente do PSD, ter o dobro, o triplo, ou quádruplo, dos eleitores em condições de votar", disse. 

Montegero explicou também aos jornalistas por que razão irá apoiar uma eventual recandadiatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República. "Porque creio que tem exercido a função dentro do contexto que a própria Constituição define, com sentido de independência, com sentido de cooperação institucional, e sobretudo com um sentido de grande proximidade para com os portugueses", disse.

Para o candidato, Marcelo é um "símbolo de unidade nacional", "independentemente de no PSD estarmos umas vezes mais de acordo, outras vezes menos, com aquilo que ele possa dizer ou fazer". 

Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz deixaram para o último dia a formalização das candidaturas à corrida à liderança do PSD. Rui Rio fê-lo na última sexta-feira. 

 

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