"O CDS será o braço direito de todos os portugueses"

Francisco Rodrigues dos Santos venceu a corrida frente a João Almeida e Filipe Lobo D'Ávila.

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Catarina Correia Rocha com Lusa
26/01/2020 16:07 ‧ 26/01/2020 por Catarina Correia Rocha com Lusa

Política

Francisco Rodrigues dos Santos

Francisco Rodrigues dos Santos foi, este domingo, eleito Presidente do CDS-PP. No primeiro discurso no Congresso após vencido a corrida, 'Chicão' agradeceu à militância do CDS que este fim de semana se "mostrou mobilizada", "com confiança no futuro" e "esperança no papel do partido"

"Este congresso foi uma prova de vida do CDS. Para aqueles que achavam que o CDS podia estar a viver um período de definhamento, enganaram-se. O CDS renasce sempre mais forte, com mais confiança, com mais determinação", referiu ainda, acrescentando que o papel do partido é "insubstituível na nossa democracia". 

"Daqui não arredamos pé. Estamos cá para combater as Esquerdas e o socialismo vigente em Portugal", frisou, 'arrancando' o primeiro grande aplauso.

Francisco Rodrigues dos Santos sublinhou ainda que esta nova liderança, que acompanhará o ciclo de eleições autárquicas, "cá estará para reforçar a malha de implantação local" do partido e para o afirmar "em cada município do nosso país". 

"Este é o momento do CDS se reconciliar com o seu passado, com todos os seus ex-presidentes. Desde Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Lucas Pires, Manuel Monteiro, Paulo Portas, José Ribeiro e Castro, Assunção Cristas. O CDS é um partido de figuras que marcaram a história e os pergaminhos da nossa tradição Constitucional em Portugal e a eles devemos o facto de aqui hoje estarmos", enumerou. 

O discurso do agora Presidente do CDS prosseguiu, afirmando que "um partido como o nosso é feito de gente que nunca desiste, que nunca baixa os braços. Sabemos que o CDS tantas e tantas vezes se mostrou maior que qualquer resultado eleitoral. Porque sabemos que o fracasso não é eterno e que o sucesso não é definitivo". 

'Chicão' deu ainda uma palavra de agradecimento a Lobo D'Ávila, agora seu vice-presidente, e a João Almeida, seu adversário na corrida à liderança do partido: "Uma palavra especial ao João Almeida, dirigente do nosso partido que todos admiramos, um homem estimável que se bateu sempre pelas convicções de todos nós e que continuará a ser muito útil ao nosso partido em sede parlamentar".

"No CDS em que acredito há espaço para todos, todos fazem falta e ninguém está a mais. Todos juntos de olhos postos no futuro compreenderemos que a nossa casa comum não precisa de estar dividida contra si mesma", reiterou o Presidente do partido. 

Francisco Rodrigues dos Santos deixou antever um pouco da 'estratégia' que o partido seguirá sob o seu comando: "O CDS estará unido numa oposição que não será uma trovoada de críticas nem de protesto porque essa atitude é própria de quem não tem esperança em Portugal nem nos portugueses. Teremos sim uma oposição construtiva, empenhada em erguer a raiz da alternativa às Esquerdas que nos governam", revelou. "O CDS será o braço direito de todos os portugueses, mas um braço de trabalho, com genica, com movimento e com energia", atirou também. 

O projeto de Francisco Rodrigues dos Santos "passa por resgatar o Estado e a economia da ditadura dos interesses, combatendo a corrupção, o colapso ético e moral do nosso sistema político e apresentando um novo modelo de supervisão do sistema financeiro", sendo um CDS "que se baterá pela reforma do sistema eleitoral, de modo a devolver a última palavra aos eleitores na escolha dos seus representantes e não aos diretórios partidários". 

'Chicão' não esqueceu, no seu primeiro discurso, a Saúde em Portugal. "Defenderemos um Serviço Nacional de Saúde universal, modernizado e preparado que dê resposta em tempo útil aos doentes e que não triplique os tempos de espera para cirurgias urgentes, que não seja baseado no preconceito ideológico e que não preste cuidados médicos em corredores", referiu. Também as forças de segurança e os ex-combatentes 'couberam' nas palavras do recém-eleito líder. 

"Vamos devolver coesão territorial ao país. Respeitar as nossas tradições, a ruralidade, contra modas e contra preconceitos", acrescentando que proporá ao país "um verdadeiro choque fiscal" que será "amigo da poupança das famílias e do investimento". 

O CDS, nas palavras de Rodrigues dos Santos, será ainda um partido "que se tornará sexy" mas não por defender ideias que não são suas: "Por rejeitarmos negociar os nossos valores e utilizarmos estratégias de comunicação acutilantes, disruptivas e atuais". 

Já uma referência ao Chega e ao Iniciativa Liberal, Francisco Rodrigues dos Santos foi peremptório: "Sejamos claros. À Direita lidera o CDS, não lidera nenhum outro partido".

Afirmando que não estará no Parlamento, o líder refere: "Estará sentado um fantástico grupo de deputados da mesma craveira e capacidade do João Almeida. A minha Assembleia será o país, o meu escritório serão as ruas de Portugal". "Este é o momento de arregaçarmos as mangas e acabarmos com a folga que tem sido dada na oposição ao Governo socialista", defendeu, acrescentando que o partido não será "muleta" ou "mordomo de ninguém". 

"Nós vamos ser o CDS, um partido de estabilidade, de compromisso e de Governo. Somos um partido ao serviço de Portugal e dos portugueses porque, quando o CDS merece, o povo vota no CDS", concluiu. 

Quem é 'Chicão'?

Francisco Rodrigues dos Santos nasceu em Coimbra em 29 de setembro de 1988 e estudou no Colégio Militar, em Lisboa, antes de se formar em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Filiou-se na JP em 2007 e no partido em 2011, era Paulo Portas presidente dos centristas. E no partido e na "jota" que começa a ser conhecido por "Chicão" e pelas suas posições conservadoras, contra a designação de casamento às uniões de pessoas do mesmo sexo, e contra a despenalização do aborto, um "dossier" que não quis "desenterrar" na campanha interna para a liderança.

Com o PSD e CDS no Governo, em coligação, trabalhou no gabinete de Mota Soares, ministro da Solidariedade e Emprego, e fez um percurso como autarca, primeiro na junta de freguesia de Carnide, em Lisboa, e depois como deputado municipal pelo CDS, para que foi eleito em 2017.

Admirador da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e do antigo presidente norte-americano Ronald Reagan, dois políticos conservadores, no dia em que admitiu candidatar-se, em 17 de outubro de 2019, citou uma frase de outro chefe de Governo do Reino Unido, também ele conservador, Winston Churchill: "O fracasso não é eterno, o sucesso não é definitivo, o que conta é coragem para continuar."

Na história do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos não é o mais jovem a chegar à liderança.

Esse recorde é 29 anos e foi protagonizado pelo ex-presidente Manuel Monteiro, que, numa entrevista ao Público, admitiu que simpatiza com as suas ideias e o apoiaria, se pudesse e já fosse de novo militante.

[Última atualização às 17h00]

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