Catarina Martins recusa alarmismos injustificados e pede "serenidade"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu hoje que não se deve entrar em "alarmismos injustificados" face à existência de casos positivos de coronavírus (Covid-19) em Portugal e apelou à serenidade e à responsabilidade.

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Lusa
02/03/2020 13:31 ‧ 02/03/2020 por Lusa

Política

Bloco de Esquerda

bom que não haja alarmismos injustificados. Os casos foram diagnosticados, são pessoas que estão a ser tratadas, isoladas, como deve ser. Continua a haver, tanto quanto sabemos, um enorme cuidado para compreender com quem as pessoas estiveram em contacto. Enfim, alarmismo não ajuda nada a ninguém, o que é que ajuda? Serenidade, cuidado, responsabilidade e contactar a linha saúde 24 sempre que há alguma suspeita", afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do BE falava aos jornalistas em Belmonte, distrito de Castelo Branco, onde se deslocou para participar no projeto 'À Descoberta de Personalidades Nacionais', do centro escolar local.

"Tanto quanto sabemos, neste momento, os casos foram identificados de acordo com todos os cuidados que é preciso ter o que é muito importante. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a fazer a sua parte. É preciso que o país esteja preparado. Nós já sabíamos que havia uma enorme probabilidade de Portugal vir a ter também casos. Era quase impossível, sendo uma epidemia espalhada por quase toda a Europa que não houvesse nenhum caso em Portugal", sublinhou.

Catarina Martins entende que neste momento a informação sobre o coronavírus está a circular com bastante normalidade.

"Temos ouvido a diretora-geral de Saúde. Há já um site da Direção-Geral de Saúde (DGS) só sobre esta epidemia. Julgo que a informação está a ser dada. É necessário ter toda a responsabilidade e serenidade", concluiu.

Para já, a coordenadora do BE não coloca a hipótese de alterar o trabalho normal do partido por causa do coronavírus.

"Quando o vírus fica espalhado na comunidade como aconteceu em Itália, por exemplo, a situação já passa a ser diferente e podem ser preciso outros cuidados", sustentou.

Há um caso confirmado e o outro caso aguarda uma contraprova através de análise do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), adiantou a ministra da Saúde, Marta Temido, numa sessão de esclarecimentos para atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19).

O caso confirmado é o de um homem de 60 anos, que está internado no Centro Hospitalar de São João que reportou os primeiros sintomas no dia 26 de fevereiro.

O outro homem, 33 anos, que aguarda a contra-análise reportou os primeiros sintomas no dia 29 de fevereiro, disse a ministra, adiantando que os dois homens, que estão internados no Porto, estão em boa condição de saúde e estiveram em Itália e em Espanha.

Um português tripulante de um navio de cruzeiros encontra-se hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.980 mortos e infetou mais de 87 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 60 países.

Das pessoas infetadas, mais de 41 mil recuperaram.

Além de 2.873 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

A DGS manteve no sábado o risco da epidemia para a saúde pública em "moderado a elevado".

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