Comunistas assinalam centenário e "um futuro com partido"
O PCP assinala hoje os seus 99 anos com um comício em Lisboa, onde serão anunciadas as comemorações do centenário, em 2021, com que os comunistas pretendem afirmar que "o futuro tem partido".
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Política PCP
O discurso principal da noite será de Jerónimo de Sousa, secretário-geral desde 2004 e vai acontecer no antigo Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, "um local emblemático e com história" para os comunistas portugueses, dado que foi ali que se fez o primeiro congresso do PCP após o 25 de Abril, em outubro de 1974, recordou à Lusa José Capucho, da comissão política do partido.
Foi lá, também, que durante a "revolução dos cravos" se realizaram comícios dos comunistas, então liderados por Álvaro Cunhal, ou a exposição dos 60 anos do partido, em 1981, e ainda o encontro que criou a Juventude Comunista Portuguesa (JCP).
Mas, além de recordar "as lutas" dos comunistas nas últimas décadas, José Capucho afirmou que, com o comício, o PCP pretende também fazer "a afirmação muito clara de quais são os projetos" a "luta atual e a validade do projeto do PCP para o futuro do país.
"É a afirmação clara de que o futuro tem partido", acrescentou, utilizando o lema do centenário "Liberdade, Democracia, Socialismo - O futuro tem partido".
No comício, o PCP vai divulgar o essencial das comemorações dos 100 anos do partido que foi criado em 06 de março de 1921, tendo José Carlos Rates como seu primeiro secretário-geral.
Na próxima festa do Avante, em setembro, vai ser apresentado um documentário sobre a história do partido e está, igualmente, prevista a edição e reedição de obras de dirigentes comunistas, como Cunhal, mas também de José Vitoriano, que se destacou na área sindical, ou ainda Francisco Miguel, outro dirigente histórico.
Está ainda prevista a edição do livro "100 anos de luta ao serviço do povo e da pátria, pela democracia e o socialismo", e, em moldes ainda a definir, vai realizar-se uma conferência internacional sobre o PCP e o comunismo.
O comício dos 100 anos está previsto para outro local simbólico para o partido, o Campo Pequeno, em Lisboa, onde "se realizou o primeiro grande comício do PCP a seguir ao 25 de Abril", acrescentou José Capucho.
Olhando para o futuro, num ano em que se realiza, em novembro, o seu XXI Congresso, na resolução sobre o centenário pode ler-se que "o caminho que Portugal precisa e o PCP propõe ao povo português é o da rutura com a política de direita e a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda vinculada aos valores de Abril".
A organização espera ter um comício participado e minimiza os eventuais efeitos do surto do Covid-19, embora recomendando às pessoas que, "sem alarmismo", adotem as precauções normais numa situação de surto viral.
Para José Capucho, "não há razões" para militantes e simpatizantes "não participarem" no comício ou que "têm que ficar em casa".
"Pelo contrário, devem vir ao comício sem qualquer constrangimento sem qualquer problema. Não há qualquer razão para ter alguma preocupação em relação a isso", afirmou.
O Partido Comunista Português foi criado em 1921 e teve, ao longo da sua história, cinco secretários-gerais, tendo Álvaro Cunhal sido o mais marcante, durante 32 anos, entre 1961 e 1992.
O primeiro, de 1921 a 1929, foi José Carlos Rates, seguindo-se Bento Gonçalves, de 1929 a 1942. Da década de 1940 a 1961 houve um período sem secretário-geral, antes de Cunhal ser escolhido. Carlos Carvalhas foi líder do partido de 1992 e 2004, ano em que é escolhido Jerónimo de Sousa.
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