Joacine quer proteger quem anda de transportes, sem-abrigo e imigrantes

A deputada não inscrita Joacine Katar Moreira alertou hoje para a situação das pessoas mais vulneráveis à pandemia de Covid-19, pedindo medidas para quem é obrigado a usar transportes públicos, as pessoas sem-abrigo, os refugiados e imigrantes.

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Lusa
13/03/2020 15:35 ‧ 13/03/2020 por Lusa

Política

Covid-19

Num conjunto de perguntas dirigidas à Ministra da Saúde, Marta Temido, a deputada sublinha que "as pessoas mais vulneráveis são aquelas que se encontram nas posições mais baixas do que é entendido como pirâmide social", lembrando que estas pessoas frequentam os transportes públicos e "têm profissões que muitas vezes não lhes permitem fazer quarentena, e serão, por isso mesmo, também as mais frágeis em casos de pandemia".

Joacine Katar Moreira quer saber quais as medidas a adotar para "evitar a sobrelotação dos transportes coletivos de passageiros" e se o governo pretende "implementar a disponibilização gratuita de desinfetantes em todos os transportes coletivos e em todas as localidades como medida de prevenção e higiene".

A deputada pretende igualmente saber se "o Governo tem em conta a multiplicidade de vulnerabilidades a que estão sujeitas as famílias mais carenciadas numa situação de pandemia viral" ou se "considera suficientes as medidas a ser tomadas para apoio financeiro e logístico imediato a famílias carenciadas".

"Que medidas estão a ser tomadas para incluir a população imigrante e os refugiados através da linha de saúde que possa atender nas diversas línguas e assim aconselhar e acompanhar estes segmentos da população, bem como permitir-lhes acesso ao SNS", continua a deputada, na mesma nota.

Joacine Katar Moreira pede ainda a Marta Temido que divulgue quais as medidas que estão a ser tomadas para a proteção da população sem-abrigo face ao novo surto ou para proteger pessoas "em situação de despejo".

A parlamentar argumenta que a "propagação do vírus não está desligada das dinâmicas sociais e económicas do sistema capitalista".

"As medidas do Governo parecem-me sensatas e cautelosas, mas não confortam necessariamente, em particular se pensarmos que elas se destinam a uma massa homogénea de cidadãos, quando é sabido que a propagação do vírus não está desligada das dinâmicas sociais e económicas do sistema capitalista", considerou a deputada.

O número de casos confirmados em Portugal de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu hoje para 112, mais 34 do que os contabilizados na quinta-feira, e os casos suspeitos duplicaram para 1.308.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), dos 1.308 casos suspeitos, 172 aguardam resultado laboratorial.

Há ainda 5.674 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Entre as medidas anunciadas pelo Governo, destaca-se a suspensão de todas as atividades letivas presenciais, a partir de segunda-feira, nas escolas de todos os graus de ensino e a declaração do estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.

Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália.

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