Medidas do Governo "merecem apoio e concordância" do CDS

O líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, afirmou hoje que as medidas do estado de emergência para conter a pandemia de Covid-19, apresentadas hoje pelo primeiro-ministro "merecem o apoio e a concordância" do partido.

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Lusa
19/03/2020 20:40 ‧ 19/03/2020 por Lusa

Política

Covid-19

 

"Estas medidas merecem o nosso apoio e merecem a nossa concordância", afirmou.

Em declarações à agência Lusa depois de o primeiro-ministro ter anunciado as medidas que concretizam o estado de emergência em que Portugal se encontra desde as 00:00 de hoje e até 02 de abril, Telmo Correia observou que António Costa entendeu "não avançar para uma quarentena mais compulsiva" para a generalidade da população.

"Eu não consigo dizer se estas medidas serão suficientes, eu espero que sejam", observou o centrista.

Considerando que "a grande alteração do dia de ontem [quarta-feira] para o dia de hoje é o encerramento generalizado do comércio", o deputado do CDS pediu ao Governo que implemente medidas para acautelar as perdas este setor.

Telmo Correia congratulou-se também com o anúncio da constituição de um gabinete de crise, que incluirá vários ministros, ressalvando porém que a proposta do seu partido seria de um conselho "mais alargado", enquanto "este é essencialmente governamental".

Indicando que a situação "implica um acompanhamento diário, momento a momento", o CDS salientou que espera que "este gabinete vá respondendo".

"Apoiamos as medidas que estão a ser tomadas, parecem-nos relevantes", mas "não nos demitiremos de acompanhar", vincou Telmo Correia.

O Conselho de Ministros aprovou hoje parte das medidas que concretizam a execução do decreto do Presidente da República que institui o estado de emergência.

Entre as medidas aprovadas destaca-se o dever de "recolhimento domiciliário" para a generalidade da população, um "dever especial de proteção" para as pessoas "com mais de 70 anos ou com morbilidades" e o isolamento obrigatório apenas para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa.

Neste último caso, se o isolamento obrigatório não for cumprido, os doentes incorrem no "crime de desobediência", e o Governo admite, se necessário, vir também a definir um quadro sancionatório para punir quem quebre os deveres especial de proteção e de recolhimento.

Para as atividades económicas, o Governo definiu como regra que os estabelecimentos com atendimento público devem encerrar, à exceção dos de bens essenciais "à vida do dia a dia", e que os restantes devem manter-se abertos.

Já os estabelecimentos ligados à restauração "devem ser encerrados no seu atendimento público", mas o Governo incentiva a que se possam manter em funcionamento para serviços de entrega ao domicílio e `take-away´ (recolha na loja).

A reunião do Conselho de Ministros prosseguirá na sexta-feira, a partir das 10:30, uma vez que o primeiro-ministro tinha hoje reunião semanal com Marcelo Rebelo de Sousa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o estado de emergência na quarta-feira - aprovado pelo parlamento, depois de parecer favorável do executivo - que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.

 

 

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