"Estas medidas merecem o nosso apoio e merecem a nossa concordância", afirmou.
Em declarações à agência Lusa depois de o primeiro-ministro ter anunciado as medidas que concretizam o estado de emergência em que Portugal se encontra desde as 00:00 de hoje e até 02 de abril, Telmo Correia observou que António Costa entendeu "não avançar para uma quarentena mais compulsiva" para a generalidade da população.
"Eu não consigo dizer se estas medidas serão suficientes, eu espero que sejam", observou o centrista.
Considerando que "a grande alteração do dia de ontem [quarta-feira] para o dia de hoje é o encerramento generalizado do comércio", o deputado do CDS pediu ao Governo que implemente medidas para acautelar as perdas este setor.
Telmo Correia congratulou-se também com o anúncio da constituição de um gabinete de crise, que incluirá vários ministros, ressalvando porém que a proposta do seu partido seria de um conselho "mais alargado", enquanto "este é essencialmente governamental".
Indicando que a situação "implica um acompanhamento diário, momento a momento", o CDS salientou que espera que "este gabinete vá respondendo".
"Apoiamos as medidas que estão a ser tomadas, parecem-nos relevantes", mas "não nos demitiremos de acompanhar", vincou Telmo Correia.
O Conselho de Ministros aprovou hoje parte das medidas que concretizam a execução do decreto do Presidente da República que institui o estado de emergência.
Entre as medidas aprovadas destaca-se o dever de "recolhimento domiciliário" para a generalidade da população, um "dever especial de proteção" para as pessoas "com mais de 70 anos ou com morbilidades" e o isolamento obrigatório apenas para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa.
Neste último caso, se o isolamento obrigatório não for cumprido, os doentes incorrem no "crime de desobediência", e o Governo admite, se necessário, vir também a definir um quadro sancionatório para punir quem quebre os deveres especial de proteção e de recolhimento.
Para as atividades económicas, o Governo definiu como regra que os estabelecimentos com atendimento público devem encerrar, à exceção dos de bens essenciais "à vida do dia a dia", e que os restantes devem manter-se abertos.
Já os estabelecimentos ligados à restauração "devem ser encerrados no seu atendimento público", mas o Governo incentiva a que se possam manter em funcionamento para serviços de entrega ao domicílio e `take-away´ (recolha na loja).
A reunião do Conselho de Ministros prosseguirá na sexta-feira, a partir das 10:30, uma vez que o primeiro-ministro tinha hoje reunião semanal com Marcelo Rebelo de Sousa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o estado de emergência na quarta-feira - aprovado pelo parlamento, depois de parecer favorável do executivo - que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.