Em comunicado enviado à agência Lusa, o PCP/Guarda lembra que tem chamado a atenção "para aproveitamentos, por parte de setores do patronato e de grupos económicos, para o ataque aos direitos dos trabalhadores a propósito da pandemia covid-19".
"Têm surgido casos de recurso indiscriminado e arbitrário ao 'lay-off', como na Mey Têxtil, em Celorico da Beira, e a multiplicação de atropelos a direitos e à própria liberdade sindical, com consequências na redução de salários e rendimentos dos trabalhadores e nas receitas da Segurança Social", refere.
O partido sublinha que "a estes aproveitamentos juntam-se pressões do patronato para marcação forçada de férias, como no caso da ARA, em Seia".
A DORG do PCP também se solidariza "com os trabalhadores que lutam pela salvaguarda das suas condições de trabalho e exigem medidas, como no Contact Center da EDP [em Seia], que exigem meios de proteção".
A estrutura partidária reafirma "a exigência de serem encontradas respostas que assegurem a salvaguarda da saúde dos trabalhadores, sem colocar em causa salários nem o direito ao gozo de férias".
O PCP frisa que os trabalhadores "podem contar com a DORG na luta pelos seus salários e direitos, no combate [a] uma vaga de ilegalidades e arbitrariedades, designadamente despedimentos, assim como na exigência da adequada proteção sanitária".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
O Governo decidiu criar, também, um "gabinete de crise" para lidar com a pandemia da Covid-19, que integra os ministros de Estado, da Saúde, da Administração Interna, da Defesa Nacional e das Infraestruturas.