João Oliveira, deputado do Partido Comunista, abordou esta terça-feira, após reunião com especialistas do Infarmed, a situação política do país relativamente ao estado de emergência decretado pelo Presidente da República.
Lembrando para vários casos de necessidade de resposta política em termos sociais, como, por exemplo, a proteção dos trabalhadores, o deputado comunista lembrou ainda que, possivelmente, apenas no princípio de maio será possível perspetivar quando todas as medidas de contenção tomadas por causa do novo coronavírus poderão ser tomadas.
"Parece-nos que o elemento mais relevante desta reunião é a constatação dos resultados positivos que têm advindo do cumprimento por parte dos portugueses das medidas de saúde pública que foram determinadas e a necessidade de elas continuarem e de se manter esse cumprimento", começou por referir em declarações aos jornalistas.
"É particularmente importante que num momento em que os especialistas que ouvimos apelam à necessidade dessas medidas continuarem e continuar o seu cumprimento, seja tida em consideração a necessidade de que sejam resolvidos os problemas económicos e sociais, e até de saúde mental, que resultam das medidas que estão a ser tomadas e da paragem das atividades. É preciso que os portugueses mantenham a atitude responsável, mas que haja também atitudes políticas que correspondam às necessidades que se verificam em relação ao cumprimento dessas medidas", continuou.
"As questões relacionadas com a perda de emprego, perda do salário, dos abusos que são muitas vezes cometidas sobre os trabalhadores e pessoas em situação mais vulnerável... As preocupações com rendas, água, luz e gás, de proteção aos mais isolados ou dependentes são tudo problemas sociais que precisam de resposta política", defendeu.
"Há um aspeto que resulta também desta reunião, que tem que ver com o levantamento das medidas de forma gradual, planeada e devidamente acompanhada dos seus efeitos e consequências. Apesar dos resultados positivos que parece que o país alcançou, e da necessidade de manter estas medidas, a verdadeira possibilidade de levantar as medidas determinadas tem de corresponder a uma avaliação mais fina ao longo do tempo, sobretudo num momento posterior. Possivelmente no final do mês de abril, início de maio, poderemos avaliar melhor as condições para verdadeiramente avaliar as condições para se ir levantando as medidas que foram tomadas e também em relação às escolas. O encerramento das escolas foi uma medida tomada, mas não foi a única", sentenciou o deputado do PCP.